Saiba o que esperar em Jogador N° 1

25/03/2018 - POSTADO POR EM HQs/Livros

O “Jogador Nº 1”, de Ernest Cline, é um best-seller que será adaptado para as telonas por ninguém menos que Steven Spielberg. A estreia do filme está prevista para 29 de março e a internet ficou bastante animada com o que já foi visto em trailers (velhinhos, até). Antes de assistir ao filme, nós lemos o livro pra saber o motivo de tanto alvoroço. Eis aqui nossas impressões sobre a obra literária e o que podemos esperar para o longa!

Nerds e Geeks

A história narrada pelo personagem Wade Watts (ou Parzival, seu alter-ego) trata sobre uma competição em um mundo de realidade virtual – o OASIS – que toma proporções gigantescas, até mesmo no mundo real. Recheado de referências à cultura pop dos anos 80, a aventura é perfeita para aqueles saudosistas – um pouco cansativa nesse quesito pra pessoas que, como eu, não são muito fãs desta década que nos presenteou com ombreiras e músicas do Van Halen (#George).

O desafio de Parzival é encontrar um Easter Egg (ou simplesmente Ovo) deixado pelo já morto James Halliday, o criador de OASIS, dentro do potencialmente infinito universo do jogo. Um Easter Egg é algum detalhe, item ou coisa semelhante, escondido em uma obra pelos próprios criadores. O que pode parecer simples na verdade é bem complicado: quem encontrar o prêmio de Halliday primeiro, automaticamente se tornará o proprietário de todos os bens do falecido programador – incluindo a plataforma OASIS. Orientados por criteriosas anotações de James, é claro que boa parte dos usuários iria se interessar em achar esse Graal dos Nerds!

Cenas de “Jogador Nº 1”, que estreia em março deste ano. (Foto: Divulgação)

Mundo Real

No livro, Wade é completamente viciado no mundo virtual, assim como boa parte da população, que vive em um mundo atual destruído e em crise. Para os usuários do universo ficcional, ali é a realidade – movimentações bancárias, estudos de todos os níveis, tudo é realizado por meio dos óculos de VR e luvas hápticas. O mundo físico ficou para trás.

No mundo virtualmente ilimitado, existe um fator limitante: o dinheiro. Sim, é igual à nossa realidade, mas a gente não pode montar dragões e, convenhamos, poucos de nós teríamos dinheiro pra isso! De toda forma, essa “Febre do Ouro” gerada pela competição pelo Ovo faz Parzival (e consequentemente o jovem Watts) ganhar bastante grana, principalmente pelo fato de que o garoto é o primeiro jogador a resolver um desafio que aponta para os próximos enigmas que levam ao objetivo final da caça ao Ovo!

Vivendo imerso no mundo dos jogos, o garoto é praticamente parte do sistema. Na verdade, nosso mundo é apenas um acessório, uma extensão do modo de vida online. É neste ponto em que “Jogador Nº 1 ”  apresenta uma ideia bastante legal: existe uma balança entre o virtual e o atual. Para conseguir seguir as pistas de Halliday, o protagonista necessita passar bastante tempo consumindo informação e, portanto, jogando em OASIS. Entretanto, para desfrutar do prêmio da competição, Watts também precisa abrir os olhos para a esfera física, para a sociedade destruída e cinza à sua volta. No final das contas, o videogame imersivo é maravilhoso, mas a vida não pode ser vivida (ainda) sem algumas condições fisiológicas básicas, como comer, higienizar-se e, sobretudo, apaixonar-se.

Cenas de “‘Jogador Nº 1” (Foto: Divulgação)

Cinema

A adaptação cinematográfica promete ser épica e com forte carga de nostalgia (você mal consegue contar quantos personagens de jogos e desenhos clássicos podem ser visto em um trailer do filme). Apesar de já esperarmos algumas discordâncias entre a obra literária e sua contraparte em imagem-movimento, muita coisa parece igual, como o sentimento de liberdade e de pertencimento que os usuários de OASIS sentem. Se no trabalho de Cline boa parte da ação é individual, com momentos de cooperação pontuais, aparentemente teremos uma união de todos os caça-ovos (jogadores que buscam resolver o mistério de Halliday) na forma de uma resistência contra os antagonistas da história (a famigerada IOI – Innovative Online Industries – e seu principal empregado, Nolan Sorrento) na obra de Spielberg.

Ernest escreveu um sci-fi bacana e com personagens carismáticos (bastante profundos, até), o que justifica o apreço dos fãs por Parzival e sua pequena turma. Nós esperamos que o longa-metragem consiga ser fiel à sua fonte de inspiração, ou seja, que respeite o espírito da coisa e não o torne uma montagem genérica com explosões e piadinhas fora do tom – em resumo, a gente espera que todo o cuidado com referências que Cline mostrou possuir seja levado às telonas!

GG!