Adiado mais de um ano por conta da pandemia e com um atraso espiritual ainda maior do que esse, Viúva Negra finalmente chegou ao público, tanto pelo cinema quanto no Premier Access do Disney+. Confira o que achamos do filme solo da primeira heroína a figurar no MCU.
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Fuga
A primeira coisa que você precisa saber antes de assistir esse filme é sobre em que momento ele está localizado na linha do tempo do MCU. Cronologicamente, Viúva Negra se passa entre os eventos de Vingadores: Guerra Civil (2016) e Vingadores: Guerra Infinita (2018).
Dito isso, a trama mostra Natasha (Scarlett Johansson) se escondendo do governo após a cisão dos Vingadores. Ela se esconde em lugar isolado na Noruega, mas seu passado acaba vindo à tona com o aparecimento de sua irmã Yelena (Florence Pugh), que também passou pelo treinamento das Viúvas na Sala Vermelha.
Natasha descobre por Yelena que a Sala Vermelha nunca foi destruída de verdade e o seu líder, o General Dreykov (Ray Winstone), agora usa uma fórmula de controle cerebral no treinamento, tirando todo o livre-arbítrio das meninas envolvidas. As duas acabam indo atrás de seus pais adotivos para receber ajuda e derrubar o esquema.
Voltando ao passado
O longa nos mostra algumas imagens do passado de Natasha, revelando detalhes sobre sua infância e dessa família que ainda não havia sido mencionada. Aqui é possível entender um pouco mais sobre como o treinamento na Sala Vermelha afetou a Vingadora.
Os personagens do passado da Viúva que ressurgem são bem interessantes e devem ser aproveitados em futuras produções da Marvel, principalmente Yelena. Sua mãe adotiva, Melina (Rachel Weisz), além de ter passado pelo mesmo treinamento que as filhas, é uma cientista altamente inteligente.
Já o pai, Alexei (David Harbour ), ou Guardião Vermelho, figura aqui como um alívio cômico, embora exista um backgroung de lutador soviético e o indício de uma rivalidade com o antigo Capitão América. Todos eles tem tempo de tela para ganhar um desenvolvimento emocional, embora não chegue a ser tão aprofundado.
Redenção
Não é mais segredo nenhum que Natasha está morta e que o destino da personagem desagradou muitos fãs, além de levantar alguns debates. As conversas sobre um filme solo da personagem acontecem desde 2004 e se intensificaram quando Scarlett Johansson foi escalada para o papel, mas o projeto acabou ficando na geladeira até 2017.
Assim, fica difícil não sentir um quê de decepção com o filme, que chega para desenvolver uma personagem já morta e parece mais ter o intuito de apresentar novos heróis ao MCU do que trazer um fechamento para ela.
Não me interprete mal, a ação do filme é muito boa, a trama tem cenas emocionantes e fora alguns momentos de CGI duvidosos, o longa tem toda a grandiosidade que estávamos sentindo falta após dois anos sem ver a Marvel nos cinemas.
Mas um projeto bem realizado tecnicamente não elimina essa confusão sobre o seu propósito. A sensação que fica é que, mesmo ela sendo a protagonista, o foco da história ainda não é a Vingadora. Dessa maneira, notamos que a Marvel falhou em se redimir da sua morte, além de que ainda precisa evoluir no trado de suas personagens femininas.
Veredito
Se você estava com saudade de ver os longas do MCU, Viúva Negra é um prato cheio. Ele tem algumas das características da tal fórmula Marvel, como as cenas de ação grandiosas e a necessidade de trazer piadinhas com frequência, mas ainda assim tenta trazer mais profundidade emocional aos seus personagens.
O conjunto técnico, como já falado antes, é quase impecável. As cenas de ação são bem coreografadas e divertidas, existe uma boa mão na direção, que busca valorizar todos os personagens em cena e os heróis apresentados claramente terão um futuro ali.
O que faz o filme tropeçar no meio do caminho é mais o aspecto por trás dele. Caso Viúva Negra tivesse sido lançado na data em que ele cronologicamente se passa, creio que teria sido mais gentil com a personagem. É difícil engolir um filme póstumo quando se percebe o quando ainda poderiam explorar de Natasha e que foi desperdiçado com sua morte.
Pontos positivos
- Bons aspectos técnicos
- Novos personagens carismáticos
- Desenvolvimento emocional para os heróis
Pontos negativos
- CGI duvidoso em algumas cenas
- Falha em se redimir da morte de Natasha
NOTA: 8