Veredito de Viúva Negra

11/07/2021 - POSTADO POR EM Filmes

Adiado mais de um ano por conta da pandemia e com um atraso espiritual ainda maior do que esse, Viúva Negra finalmente chegou ao público, tanto pelo cinema quanto no Premier Access do Disney+. Confira o que achamos do filme solo da primeira heroína a figurar no MCU.

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Fuga

A primeira coisa que você precisa saber antes de assistir esse filme é sobre em que momento ele está localizado na linha do tempo do MCU. Cronologicamente, Viúva Negra se passa entre os eventos de Vingadores: Guerra Civil (2016) e Vingadores: Guerra Infinita (2018).

Dito isso, a trama mostra Natasha (Scarlett Johansson) se escondendo do governo após a cisão dos Vingadores. Ela se esconde em lugar isolado na Noruega, mas seu passado acaba vindo à tona com o aparecimento de sua irmã Yelena (Florence Pugh), que também passou pelo treinamento das Viúvas na Sala Vermelha.

Natasha descobre por Yelena que a Sala Vermelha nunca foi destruída de verdade e o seu líder, o General Dreykov (Ray Winstone), agora usa uma fórmula de controle cerebral no treinamento, tirando todo o livre-arbítrio das meninas envolvidas. As duas acabam indo atrás de seus pais adotivos para receber ajuda e derrubar o esquema.

Imagem: Divulgação

Voltando ao passado

O longa nos mostra algumas imagens do passado de Natasha, revelando detalhes sobre sua infância e dessa família que ainda não havia sido mencionada. Aqui é possível entender um pouco mais sobre como o treinamento na Sala Vermelha afetou a Vingadora.

Os personagens do passado da Viúva que ressurgem são bem interessantes e devem ser aproveitados em futuras produções da Marvel, principalmente Yelena. Sua mãe adotiva, Melina (Rachel Weisz), além de ter passado pelo mesmo treinamento que as filhas, é uma cientista altamente inteligente.

Já o pai, Alexei (David Harbour ), ou Guardião Vermelho, figura aqui como um alívio cômico, embora exista um backgroung de lutador soviético e o indício de uma rivalidade com o antigo Capitão América. Todos eles tem tempo de tela para ganhar um desenvolvimento emocional, embora não chegue a ser tão aprofundado.

Imagem: Divulgação

Redenção

Não é mais segredo nenhum que Natasha está morta e que o destino da personagem desagradou muitos fãs, além de levantar alguns debates. As conversas sobre um filme solo da personagem acontecem desde 2004 e se intensificaram quando Scarlett Johansson foi escalada para o papel, mas o projeto acabou ficando na geladeira até 2017.

Assim, fica difícil não sentir um quê de decepção com o filme, que chega para desenvolver uma personagem já morta e parece mais ter o intuito de apresentar novos heróis ao MCU do que trazer um fechamento para ela.

Não me interprete mal, a ação do filme é muito boa, a trama tem cenas emocionantes e fora alguns momentos de CGI duvidosos, o longa tem toda a grandiosidade que estávamos sentindo falta após dois anos sem ver a Marvel nos cinemas. 

Mas um projeto bem realizado tecnicamente não elimina essa confusão sobre o seu propósito. A sensação que fica é que, mesmo ela sendo a protagonista, o foco da história ainda não é a Vingadora. Dessa maneira, notamos que a Marvel falhou em se redimir da sua morte, além de que ainda precisa evoluir no trado de suas personagens femininas.

Imagem: Divulgação

Veredito

Se você estava com saudade de ver os longas do MCU, Viúva Negra é um prato cheio. Ele tem algumas das características da tal fórmula Marvel, como as cenas de ação grandiosas e a necessidade de trazer piadinhas com frequência, mas ainda assim tenta trazer mais profundidade emocional aos seus personagens.

O conjunto técnico, como já falado antes, é quase impecável. As cenas de ação são bem coreografadas e divertidas, existe uma boa mão na direção, que busca valorizar todos os personagens em cena e os heróis apresentados claramente terão um futuro ali.

O que faz o filme tropeçar no meio do caminho é mais o aspecto por trás dele. Caso Viúva Negra tivesse sido lançado na data em que ele cronologicamente se passa, creio que teria sido mais gentil com a personagem. É difícil engolir um filme póstumo quando se percebe o quando ainda poderiam explorar de Natasha e que foi desperdiçado com sua morte.

Pontos positivos

  • Bons aspectos técnicos
  • Novos personagens carismáticos
  • Desenvolvimento emocional para os heróis 

Pontos negativos

  • CGI duvidoso em algumas cenas
  • Falha em se redimir da morte de Natasha

NOTA: 8