O novo filme vampiresco de Nicolas Cage acaba de estrear nos cinemas. Renfield – Dando o Sangue Pelo Chefe, é uma comédia com toques de terror – ou “terrir” – que traz o ator na pele do famoso Conde Drácula. Conferimos o título e você confere nossas impressões a seguir.
Enredo
Renfield (Nicholas Hoult) é uma espécie de ajudante do Conde Drácula que faz absolutamente tudo por ele, se submetendo a situações completamente insalubres e humilhações. Até que um dia, depois de séculos servindo-o, ele cansa e decide buscar ajuda para fugir da situação.
O roteiro do filme não é dos melhores, demonstrando alguns pequenos problemas no primeiro ato ao dar voltas sem necessidade em um ponto específico e se explicando demais. O texto deixa claro que o longa não se leva a sério e é um pastelão, tirando sarro principalmente do Drácula e do mundo dos coaches. As piadas funcionam, apesar de algumas não passarem de pura bobajada.
É nítido que o papel de Drácula foi escrito para Nicolas Cage, já que o ator é extremamente expressivo e canastrão, justamente a proposta do filme. Nicholas Hoult também não fica atrás e consegue entregar um personagem inseguro e estranho, mas capaz de cativar com apenas um olhar.
Imagem: Divulgação
Terror com comédia
Terror com comédia ou terrir não é um gênero novo, mas vem ganhando bastante espaço nos últimos anos. Trata-se de uma categoria onde o terror é tão absurdo e clichê que acaba sendo cômico. Na maioria das vezes, filmes do gênero acabam sendo de baixo orçamento ou apresentando-se como um Filme B (ou trash).
O termo terrir foi designado pelo cineasta brasileiro Ivan Cardoso para definir alguns filmes que dirigiu. É importante ressaltar que essa é uma palavra exclusiva da língua portuguesa e que lá fora praticamente não se usa. Apesar disso, vários longas estrangeiros se enquadram neste gênero.
Pode parecer fácil construir enredos de terrir, mas a verdade é que há muito trabalho por trás do gênero. Isso porque o texto precisa funcionar mesmo que seja tosco, pois a piada está justamente no momento em que as situações são tão absurdas em que a única reação possível é rir. Além disso, é necessário ter cuidado com a forma de satirizar temas, precisando atentar para os quais são gatilhos e não devem ser satirizados.
Imagem: Divulgação
Veredito
Renfield é um filme curto que garante várias risadas, apesar das suas falhas de roteiro. Além de um primeiro ato um tanto bagunçado, o roteiro ainda apresenta inúmeros clichês, que apesar de funcionarem bem no universo narrativo do longa, aparecem em excesso durante o filme.
A paleta de cores é muito bem utilizada e intercala de acordo com o estado de espírito do personagem principal, o que é um ponto positivo. A trilha sonora foi muito bem escolhida e é uma atração à parte. O elenco é bem interessante e funciona bem, mas com toda certeza Nicolas Cage é quem rouba a cena e se destaca mesmo sendo o vilão da trama. No fim, um dos pecados do filme talvez tenha sido justamente não ter dado ao ator mais tempo de tela.
Pontos Positivos:
- Filme leve e que entretém
- Direção de arte e trilha sonora
- Elenco, em especial Nicolas Cage
Pontos Negativos:
- Primeiro ato bagunçado
- Algumas piadas são repetidas e acabam cansado
- Alguns clichês que não funcionam tão bem
Nota: 7