Veredito de Raya e o Último Dragão

10/03/2021 - POSTADO POR EM Filmes

Finalmente Raya e o Último Dragão chegou e já está disponível nos cinemas e no Disney+.  Sua narrativa mistura elementos tanto de lendas quanto de fábulas e se enquadra dentro das fórmulas da Disney, mas com bons recursos originais de aventura. 

Confira no veredito tudo o que achamos da produção.

Um reino dividido 

A trama está situada no reino de Kumandra, um lugar que passou anos em uma perfeita harmonia entre seus habitantes, que eram protegidos por inúmeros dragões. Porém, um mal misterioso varre a região transformando os humanos em pedras e cabe aos dragões fazerem um sacrifício a fim de destruir a ameaça.

Depois disso, o que resta dos dragões está no formato de uma jóia mágica. Essa pedra se tornou alvo de disputas entre os humanos, que acabam por se dividir em tribos e desmembrar todo o reino. Mas após 500 anos o mal retorna a assolar Kumandra, o que faz com que Raya, moradora de Coração e protetora da gema, saia em busca do último dragão para restaurar a paz. 

Imagem: Divulgação

Detalhes que fazem a diferença

Raya e o Último Dragão é o clássico “saia da sua casa e vá em busca de algo que irá consertar tudo”, como visto em muitas produções de aventura antes. Mas mesmo com sua proposta simples, ela é bem realizada por reunir bons elementos para tecer a narrativa. 

Começando com a heroína, cuja força motriz se baseia em achar um ser lendário que todos acreditam estar morto, porém ela deposita sua fé nele por achar que é sua única esperança. Além disso, o filme busca dar uma lição muito clara sobre união e confiança, um elemento de fábula comumente trazido para as animações da Disney, que gosta de oferecer um ensinamento ao seu público no final.

Imagem: Divulgação

Personagens encantadores

Sisu, o dragão aquático que Raya, encontra se torna a companheira bobo e otimista, mas sem exagero, fazendo aflorar o seu lado sábio de ser místico quando necessário e oferecendo bons conselhos à garota. 

Outro ponto a ser notado é o time que a heroína passa a montar em torno de si de uma forma bem espontânea, isso enfatiza sua postura de líder, além de ser uma boa forma de mostrar as maneiras como o mal que assola o reino afeta as pessoas. 

É interessante ver como a animação, mesmo utilizando um reino fictício, consegue trazer elementos de culturas reais para a obra, semelhante ao que foi feito com Moana. É clara a inspiração em povos do sudeste asiático, principalmente de países como Indonésia, Tailândia, Vietnã e Camboja. 

Imagem: Divulgação

Veredito  

O filme tem um excelente design de produção que nos apresenta cenários bem produzidos e marcantes, cada tribo tem referências visuais próprias, tanto nas cidades em si como com seus habitantes. O único adendo fica para o aspecto dos dragões, que parece mais espalhafatoso do que o necessário. Mas fora isso, os personagens que vão se juntando a Raya durante sua jornada tem um contexto bastante claro e criam vínculos naturais com a garota, embora passem a sensação de serem momentâneos.

O roteiro cria uma narrativa simples, mas funcional. Um ponto positivo é o fato de que a inimizade entre as tribos não cria vilões, mas sim antagonistas para a heroína. O local conhecido como Presa tem pessoas que se mostram, à princípio, as mais ambiciosas do reino, porém mais para frente é possível entender a sua motivação e o porquê de eles verem Raya como alguém a ser enfrentado. 

A própria Raya tem problemas de confiança por causa de uma traição do passado, o que a humaniza enquanto personagem. As suas falhas têm consequências, mas ela também está aberta a mudanças em prol de um bem maior, assim nos entregando uma boa jornada da heroína no final.

Pontos positivos

– Narrativa simples, porém coerente
– Bom design de produção
– Elementos agregadores de lendas e fábulas de outras culturas

Pontos negativos

– Relações passageiras entre certos personagens
– Escolha questionável de design para os dragões

NOTA: 9,5