Depois de uma longa espera, finalmente chegou aos cinemas brasileiros O Menino e a Garça, o mais novo filme de Hayao Miyazaki, responsável por produções consagradas como Meu Amigo Totoro (1988), Princesa Mononoke (1997) e A Viagem de Chihiro (2001).
Lançado em julho do ano passado no Japão, o filme do Studio Ghibli concorre ao Oscar 2024 de Melhor Animação e vem angariando críticas positivas mundialmente. Nós conferimos o longa e vamos contar nossas impressões.
Leia também:
>STUDIO GHIBLI: GUIA DE FILMES NA NETFLIX
Enredo
Após a morte de sua mãe, Mahito, um garoto de 12 anos, tenta levar sua vida normalmente em uma pequena cidade japonesa.
Tudo muda quando ele encontra uma garça. O animal o convida para uma aventura de autoconhecimento e reflexão sobre a fragilidade da vida, para que o jovem entenda o que realmente é o poder de uma genuína amizade.
Obra sensível
Pelo enredo acima você provavelmente pode achar que é um filme de autoajuda, mas não se engane, pois não é. Como a grande maioria dos longas do Studio Ghibli, a animação tem um roteiro cheio de metáforas e nada óbvio, exigindo atenção dos espectadores, porque a cada piscada uma informação pode ser perdida.
Falar sobre a beleza de um filme de Hayao Miyazaki é algo muito fácil, já que em praticamente todos os longas vemos cenários muito bem feitos, paletas de cores incríveis e texturas cuidadosamente retratadas.
Produção extensa
O Menino e a Garça merece um cuidado todo especial quando falamos do visual, já que cada cena do filme levou praticamente 1 mês para ficar pronta, o que significa que o longa levou aproximadamente 7 anos para ser finalizado.
Além disso, a produção vem quase como uma peça biográfica, de forma que Miyazaki colocou muito de suas vivências na animação. Em geral, os temas mais trabalhados por Hayao em suas obras tem a ver com suas crenças, como a luta ambientalista, feminismo, amor, família e pacifismo. Todos retardados de forma muito simbólica e com várias metáforas.
Veredito
O Menino e a Garça é uma animação belíssima, não só visualmente, mas seu texto é tocante, sensível e emocionante. É uma ode ao amor e à simplicidade, de forma nos faz refletir sobre a brevidade da vida de uma forma sútil.
A animação visualmente é incrível, sendo notável todo o esmero e cuidado de sua produção e se justifica todo o tempo investido nela. A trilha sonora vem como um destaque à parte, totalmente condizente com a proposta, se adequando às situações vistas em tela perfeitamente.
Não sabemos ainda se este será o filme que encerra a trajetória de diretor de Hayao Miyazaki, que constantemente entra e sai da aposentadoria. Porém, em caso positivo, sua carreira terá sido fechada com chave de ouro.
Pontos positivos:
- Animação perfeita
- Roteiro cuidadoso, cheio de metáforas
- Trilha sonora incrível
Pontos negativos:
- Não tem
NOTA: 10/10