O Macaco é o novo filme do diretor Osgood Perkins, responsável por Longlegs – Vínculo Mortal. Produzido por James Wan e baseado em um conto de Stephen King, o filme vem com a promessa de bastante terror e violência. Conferimos o longa e contamos nossas impressões a seguir.
Enredo
Dois irmãos gêmeos descobrem entre as coisas abandonadas do pai um macaco de brinquedo que tocava um tambor aparentemente inofensivo. Depois disso, vários acontecimentos terríveis acontecem, dentre eles a perda de sua mãe, o que obriga os garotos a morarem em uma cidade do interior. Quando adultos, os dois se separam, mas o caos na vida deles continua a acontecer.
O Macaco tem um roteiro adaptado de um conto de Stephen King publicado nos anos 1980. Diferente do original, o filme não assusta nem deixa o espectador tenso. O roteiro apresenta muitas ideias e as poucas que desenvolve não são bem trabalhadas. Além disso, tudo parece ser muito óbvio e as escolhas dos personagens não podem ser justificadas de maneira sã.
Ao invés de medo, o longa acaba nos dando vontade de rir. O brinquedo que deveria causar algum tipo de incômodo para quem assiste, na verdade é indiferente, mesmo ele sendo a parte chave do filme. Seu visual é tão ordinário que se torna comum. A música que o brinquedo toca deveria contribuir para a tensão, mas é até agradável aos ouvidos e apesar de sabermos que ela trará o caos, é engraçado ver aquilo que virá.
Imagem: Divulgação
O Conto Original
Em 1980, o conto O Macaco foi publicado pela primeira vez em um livreto na revista Gallery, mas cinco anos depois o texto foi revisado e republicado no livro Skeleton Crew (1985). Em 1982, recebeu a indicação para o prêmio de melhor conto do ano pela British Fantasy Award.
O conto acompanha a vida de Hal Shelburn, que tem um macaco de brinquedo escondido em um sótão e coisas sobrenaturais começam a acontecer após seu filho Petey acha-lo. Através de flashbacks, a história do macaco é contada e temos noção da periculosidade do brinquedo.
A história não foi adaptada pela primeira vez em 2025: um curta-metragem de uma hora produzido e escrito pelo cineasta Spencer Sherry foi lançado em maio de 2023. Os direitos foram adquiridos como uma forma de contrato através da King’s Dollar Baby, que dá direito a estudantes ou aspirantes a cineastas adaptar seus contos por US$1.
Imagem: Divulgação
Veredito
O Macaco é um daqueles filmes que prometem muito e entregam pouco ou quase nada do que foi prometido. O roteiro é uma adaptação rasa e óbvia de um dos melhores contos de Stephen King, perdendo a oportunidade de ser algo aterrorizante, tanto do ponto de vista psicológico quanto físico. Entretanto, a cena inicial é bem interessante.
Os diálogos do filme são chatos, óbvios e explicativos, o que acaba sendo torturante em alguns momentos pois alguns personagens são tão superficiais e estereotipados que torcemos para que algo ruim aconteça logo com eles para não os vermos mais. Outro problema está em um melodrama que deveria ser mais diluído no roteiro.
A montagem do filme é esquizofrênica e a direção também. Algumas escolhas de câmeras não fazem nenhum sentido, com cenas cujas partes importantes claramente foram cortadas e colocadas junto de outras que não combinam com o estilo da produção.
Ponto positivo:
- A primeira cena é interessante
Ponto Negativo:
- Direção caótica
- Roteiro óbvio
- Diálogos chatos
- Montagem bagunçada
Nota: 3