Depois de cinquenta anos, O Exorcista (1973)ganha uma continuação direta, O Exorcista – O Devoto, ainda trazendo de volta Ellen Burstyn e Linda Blair para a franquia. Conferimos o novo longa e vamos contar nossas impressões.

Enredo

Victor (Leslie Odom Jr.) precisou escolher entre a vida de sua mulher e da filha após um terremoto no Haiti. Doze anos depois, ele e a pequena Angela (Lidya Jewett) estão vivendo uma vida pacata em uma pequena cidade dos Estados Unidos, até o dia em que a criança e sua amiga, Katherine (Olivia O’Neill) desaparecem.

Depois de dias desaparecidas, as garotas voltam em um estado completamente diferente, dando indícios de um possível trauma, segundo os médicos. Agora Victor precisa entender o que realmente aconteceu com sua filha e se isso tem a ver com uma possível possessão demoníaca.

Mais uma continuação decepcionante

O roteiro do filme é completamente perdido, trazendo primeiros atos extremamente bagunçados e cansativos, deixando o espectador entediado. A trama não apresenta nenhum susto nem nada de novo, e mesmo os elementos tão bem aproveitados no clássico de 1973 são desrespeitados. Aliás, a impressão geral que fica é de um trabalho preguiçoso.

As personagens das atrizes Linda Blair e Ellen Burstyn são completamente desaproveitadas, beirando até um insulto para a corajosa Chris e Regan MacNeil. Além disso, elas estão ali só para um fan service que não existe condição de passar pano. 

Curiosidades sobre a franquia

Linda Blair ficou conhecida pela sua interpretação no cinema da menina Regan, possuída após brincar com um tabuleiro de Ouija. A atriz chegou a conquistar o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por conta de sua interpretação, e isso apenas aos 14 anos.

Ellen Burstyn, que fez a mãe de Regan, sempre se recusou a voltar à franquia, entretanto nada melhor que um bom cachê que se converteu em uma boa ação. A atriz doou o valor recebido por O Exorcista – O Devoto para criar um programa de bolsa de estudos para jovens atores. Ela gravou suas cenas em segredo e o seu encontro com Linda Blair no set foi emocionante, segundo a equipe.

Veredito

O Exorcista – O Devoto é a pior experiência do mundo dos filmes de demônio: uma produção tediosa, com zero sustos, sem pé e nem cabeça. O roteiro tenta usar os elementos clássicos de forma literal e acaba caindo no mais do mesmo.

Os efeitos até são bem executados, mas falta uma construção de atmosfera sombria para que eles funcionem. A maquiagem das atrizes possuídas é interesse e até poderia ter sido melhor aproveitada caso o texto desse suporte.

O novo filme da franquia Exorcista é na verdade o marco zero para uma trilogia, por isso ele deixa algumas lacunas que serão respondidas ao longo das demais produções. A questão é: será que têm fôlego para mais dois filmes?

Pontos positivos:

• Maquiagem
• Boa interpretação de Linda Blair e Ellen Burstyn

Pontos negativos:

• Roteiro perdido
• Falta sustos
• Interpretação ao pé da letra do filme clássico porém de forma mal feita
• Falta de aproveitamento de linda e Ellen
• Falta de construção da atmosfera aterrorizante e sombria

NOTA: 2,5/10