Veredito de M3GAN

20/01/2023 - POSTADO POR EM Filmes

A boneca robótica que comete assassinatos enquanto dança está entre nós. M3GAN (2022), novo filme da Blumhouse produzido por James Wan, finalmente chegou aos cinemas brasileiros no dia 19 de janeiro. O longa vem chamando a atenção dos fãs do diretor das franquias A Invocação do Mal e Annabelle por ter uma robô como vilã. Conferimos o longa e contamos nossas impressões a seguir.

Enredo

Cady (Violet McGraw) é uma menina de nove anos que perdeu os pais em um acidente de carro e vai morar com sua tia, Gemma (Allison Williams), uma engenheira que trabalha com o desenvolvimento de inteligência artificial para brinquedos. Percebendo a dificuldade da sobrinha em lidar com o acontecimento, Gemma resolve tirar do papel a ideia de uma boneca que funcionaria como uma verdadeira amiga para as crianças, sendo capaz de falar, andar e perceber até mesmo expressões e reações humanas. Assim surge M3GAN, que contribui para uma relação de dependência emocional assustadora com Cady.

M3GAN é um filme que tinha tudo para ir bem, já que conta com plot extremamente atual: discussão relacionada à consciência das máquinas, dessa vez sendo abordada em um longa de terror. Infelizmente, o roteiro falha de forma grotesca. Uma das coisas que mais se procura em um filme do gênero são os sustos e M3GAN não tem nenhuma cena capaz de assustar. Para além disso, a história demora muito tempo para se desenvolver, contando detalhadamente alguns pontos que não são utilizados para conduzir a história.

Outra impressão que fica ao assistir M3GAN é que esse definitivamente não era um filme de classificação etária baixa. Se por um lado o longa se leva a sério demais, ele entrega mortes sem nenhum sentido. Além disso, a cena em que a boneca está dançando, momento que viralizou nas redes sociais, só serviu para espalhar o trailer. Porém, se o roteiro e a condução dele falham, é importantíssimo falar como Violet McGraw consegue entregar uma protagonista bem condizente com o que se espera de alguém em situação de vulnerabilidade emocional.

Imagem: Divulgação

As máquinas

Não é de hoje que se discute o tema de inteligência artificial e o que aconteceria se elas tomassem consciência. Isaac Asimov já escrevia sobre isso desde a década de 1950 e teve sua obra adaptada para diversas mídias. É claro que nas últimas décadas esse assunto ganhou bastante relevância por conta do rápido avanço da tecnologia.

Asimov era um escritor de ficção científica que formulou as quatro leis da robótica, sendo a principal (ou lei zero) delas a de que um robô jamais poderia fazer mal à humanidade e nem permitir que ela sofresse algum mal. Sendo a máxima que M3GAN fere. Esse é um tema que talvez nunca se esgote e promover uma reflexão sobre isso é essencial, até para nos conhecermos como sociedade o que somos enquanto humanidade. Certamente, o cinema continuará explorando esse assunto nos próximos anos.

Imagem: Divulgação

Veredito

M3GAN é um filme que prometeu muito, mas não conseguiu entregar nem um terço do que foi prometido. Ele não consegue funcionar como um longa de terror nem de suspense, talvez um drama muito atropelado. Isso tudo por não ter cenas de violência, apreensão e susto.

O roteiro é perdido e tenta se levar a sério demais enquanto não deixa de ser uma piada que busca ser apreciada. Entretanto, talvez esse seja um filme bom para assistir com a galera num domingo de bobeira. O que por fim salva o filme são dois aspectos: a construção estética da robô, que realmente é interessante, e a interpretação quase perfeita da pequena Violet McGraw.

Pontos Positivos:

  • Interpretação de Violet McGraw
  • Construção estética da robô 

Pontos Negativos:

  • Roteiro
  • Condução da narrativa
  • Falta de elementos de terror

Nota: 6