Estreou nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (12/01) a cinebiografia da cantora e atriz norte-americana Whitney Houston, responsável por inúmeros sucessos e também por quebrar vários paradigmas. Conferimos o longa e vamos contar nossas impressões.

Do glamour à queda

O filme acompanha a trajetória de uma das maiores cantoras de R&B, Whitney Houston (Naomi Ackie), começando por sua descoberta em um clube noturno, passando pela relação complicadíssima com o ex-marido Bobby Brown (Ashton Sanders) e sua luta contra as drogas. Tudo isso embalado pelas icônicas músicas de sua carreira.

O roteiro do filme foi feito por Anthony McCarten, responsável pelo fiasco Bohemian Rhapsody (2018) e infelizmente esse é o aspecto que mais apresentou problemas. O texto suavizou demais o vício da cantora em drogas e seu relacionamento abusivo com Bobby Brown, além de mostrar Whitney como sendo a única responsável pelos problemas. 

Por outro lado, o longa mostrou uma versão muito interessante da sexualidade da cantora, a qual nunca confirmou para imprensa sua bissexualidade, mas que manteve um relacionamento amoroso com Robyn Crawford (Nafessa Williams).

Apesar desse erro do roteiro, é interessante observar que a sua morte não foi explorada de uma forma chocante. Na verdade, ficamos com a impressão de que ela estava sob muito estresse e acabou tendo uma recaída que lhe custou a vida. O filme realmente é uma celebração à carreira da cantora, às suas músicas, porém não explora o lado pessoal de uma forma mais profunda. 

Quem foi Whitney Houston

Nascida em 1963, Whitney Elizabeth Houston começou a cantar no coral da igreja que frequentava. Filha de Cissy Houston, uma famosa cantora de soul e gospel nos Estados Unidos, Whitney logo começou a acompanhar a sua mãe e trabalhar como backing vocal. Até que em 1983 ela assina o primeiro grande contrato e caminha para o estrelato.

Whitney ficou conhecida pela sua icônica voz, atingindo notas praticamente impossíveis para cantores comuns. Ela vendeu cerca de 400 milhões de discos no mundo inteiro, dois Emmys, sete Grammys, 16  Billboard Music Awards, dois American Music Awards, ao total foram 415 prêmios até 2013, se tornando, segundo o Guinness Book, a artista mais premiada em 2009.

Infelizmente, nem tudo foram flores na vida da cantora. Whitney teve contato com o mundo das drogas ainda na adolescência, junto do seu irmão, mas só na fase adulta o vício se tornou algo tão impactante. Atrelado a isso, o casamento com Bobby Brown também lhe consumiu bastante. Os dois brigavam excessivamente e se tornaram manchetes de vários tablóides.

Veredito 

I Wanna Dance With Somebody é um filme mediano, porém que consegue conquistar o público e entreter. O maior problema está no roteiro, por tratar de assuntos sérios de forma superficial e deixar apenas subentendido algumas polêmicas.

O elenco é incrível, conseguindo entregar atuações impecáveis. Quero chamar atenção para Naomi Ackie que trouxe uma Whitney Houston muito interessante, reproduzindo até os mínimos detalhes da cantora. Outro ponto positivo está na excelente caracterização do elenco por parte do figurino.

Por fim, a montagem é um pouco confusa e exige que o espectador esteja bastante atento para não se perder, em especial nas cenas finais.

Pontos positivos:

• Elenco
• Atuação 
• Figurino

Pontos negativos:

• Roteiro
• Montagem

NOTA: 7/10