Ridley Scott retorna às telonas com a continuação de Gladiador (2000) um de seus maiores sucessos como diretor. Gladiador 2 (2024) se passa dezesseis anos depois dos acontecimentos do primeiro filme. Já conferimos o longa e você confere nossas impressões a seguir.
Enredo
Após testemunhar a morte de seu pai, Maximus (Russell Crowe), quando ainda era criança no Coliseu, Lucius (Paul Mescal) se vê diante de uma situação parecida quando adulto. De volta à Roma após ter sido capturado na África e comprado para lutar na arena como gladiador, Lucius precisa lutar contra a tirania do Império vigente e vingar a morte de seu pai.
Gladiador II é um filme que segue exatamente os mesmos passos do primeiro, repetindo o mote da vingança. O roteiro é bem construído, com problemas pontuais ao ter personagens em excesso e dar voz desnecessária para aqueles que funcionam apenas como figurantes. Além disso, alguns personagens são mal construídos, como é o caso do vilão Macrinus, (Denzel Washington). A divisão de atos também é desequilibrada, com um primeiro ato muito lento que entra em conflito com os restantes.
Por sua vez, o elenco foi muito bem escalado e surpreende. Paul Mescal se mostrou um ator pronto para gêneros além do drama, entregando um ótimo protagonista de ação. Além disso, é inegável o quanto Joseph Quinn cresceu desde que explodiu em Stranger Things (2016 – ), mostrando um antagonista cruel e despreparado para a posição que ocupa. Denzel Washington também é um vilão muito bom, mas que às vezes passa do ponto na construção do seu personagem.
O Sucesso de Bilheteria
Gladiador foi lançado em 2000, tendo recebido críticas bastante favoráveis e se tornando um sucesso de bilheteria. O filme teve um orçamento de 130 milhões de dólares e arrecadou 460,5 milhões de dólares. A produção foi indicada a 12 categorias do Oscar e venceu cinco, incluindo Melhor Filme e Melhor Ator.
Ao contrário do que se imagina, Gladiador é um filme que não tem muita precisão histórica. O filme é sim inspirado no Império Romano, mas apresenta vários anacronismos, como o desejo de Marco Aurélio transformar o Império em República, algo para que não pode ser comprovado historicamente.
Mesmo Ridley Scott tendo contratado historiadores como consultores durante as filmagens com o objetivo de supostamente alcançar uma melhor representação do império romano no cinema, o tiro saiu pela culatra. Pelo menos um dos historiadores se demitiu e pediu para seu nome não constar na produção.
Veredito
Gladiador II repete a fórmula do primeiro filme, e ao passo que consegue melhorar em alguns pontos, deixa a desejar em outros. Apesar de trazer um roteiro bem construído, o texto peca ao trazer personagens em excesso. Denzel Washington, mesmo com um ótimo trabalho de atuação, acaba solto demais e perdido em seu personagem. Outro problema é o primeiro ato que tem um ritmo lento demais em relação aos outros.
O design de produção e figurino são incríveis, bem como a maquiagem e cabelo. Os figurinos foram muito bem produzidos e mostram a opulência dos bordados com fios de ouro e as roupas branquíssimas reservadas apenas para a realeza, enquanto as camadas mais baixas da sociedade usavam peças simples, com tons terrosos que escondiam a sujeira.
O elenco foi muito bem escalado e entregou personagens interessantes. No fim, o destaque vai para o protagonista interpretado por Paul Mescal e o Imperador de Joseph Quinn. Ambos conseguiram ir além do esperado e contribuem para a credibilidade da produção.
Pontos Positivos:
- Design de produção majestoso
- Figurino representativo
- Elenco bem escalado, em especial Paul Mescal e Joseph Quinn
Pontos Negativos:
- Roteiro que deixa alguns personagens soltos
- Ritmo descompassado entre os atos
Nota: 8