Um dos lançamentos mais esperados da Marvel chega aos cinemas nesta quinta (04/11). Com direção de Chloé Zhao e um elenco com nomes como Angelina Jolie, Salma Hayek e Richard Madden, Eternos é a nova promessa de equipe heroica do MCU. Mas será que essa aventura vale mesmo a pena? Confira agora.
E se você quer entender um pouco mais sobre os personagens antes de assistir o filme, confira nosso Guia para Eternos.
Entidades cósmicas
No princípio existiam os Celestiais, seres de absurda energia que espalharam a vida pela galáxia. Tudo ia bem até o aparecimento dos Deviantes, entidades malignas que destruiam tudo que viam.
Para combatê-los foram criados os Eternos. Um grupo específico deles foi enviado pelos Celestiais à Terra muitos milênios atrás, os incubindo de destruir os Deviantes e com isso proporcionar o desenvolvimento dos seres humanos.
Com seus poderes, os Eternos conseguiram varrer os Deviantes da Terra e depois se espalharam por aí para viver suas vidas. Mas agora uma ameaça maior vai fazer o grupo se reunir novamente.
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Empatia
Como você introduz um super grupo de entidades cósmicas e faz com que o público simpatize com ele? Esse foi o desafio do MCU desde o primeiro longa do Homem de Ferro, lá em 2008. Afinal, se relacionar com um playboy milionário e cheio de si também não era a tarefa mais fácil do mundo.
O que a Marvel conseguiu em todos esses anos foi driblar essas amarras e nos apresentar pessoas que além de poderosas, também são humanas. Mas ela conseguiu repetir esse feito com Eternos? Sim e não.
Chegando com uma equipe com nada menos do que 10 novos heróis, não se espera que todos eles sejam aprofundados, mesmo com um filme de mais de 2h. A produção se esforça ao máximo para trazer um lado mais humano aos seus protagonistas, mostrando dilemas para quase todos e conseguindo uma curva de aprendizado razoável.
Apesar disso, não é possível dizer que você se apaixonará por todos eles. Eternos luta para trazer emoção e simpatia para os seus e consegue ter êxito nisso em boa parte do tempo. Inclusive essa é a produção do MCU que mais mostra os seus personagens emocionados, o que já é um ponto fora da curva.
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Ação x emoção
Um dos grandes problemas do filme parece ser balancear toda essa emoção com a trama de ação que é pedida para um longa do gênero. Não se engane, existem muitas sequências eletrizantes e extremamente bem filmadas aqui, mas elas parecem invadir o espaço que estava sendo delegado ao desenvolvimento dos protagonistas.
A trama engancha, ela demora a mostrar a que veio, fazendo com que a primeira hora do longa seja meio sem graça, mesmo com todo o histórico interessante dado ao grupo. A escolha de seguir Sersi (Gemma Chan) e Ikaris (Richard Madden) pode não ter sido a melhor, já que eles se mostram os mais cansativos da equipe.
Porém a direção merece seus méritos por toda a primeira hora ser menos difícil do que poderia e deixar a segunda parte do filme mais grandiosa, do modo como prometia a produção. Tudo isso culminando em um dos finais mais satisfatórios e bem arquitetados de um longa da Marvel.
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Veredito
Eternos é muito feliz em ser um dos filmes do MCU que verdadeiramente tentou fugir da fórmula popularizada pelo estúdio. Mesmo que não seja uma realização completa e possua claros defeitos de roteiro ao não desenvolver suficientemente os seus personagens, ainda assim o longa merece créditos por investir em originalidade.
O começo cansativo pesa, mas a narrativa consegue crescer no final de modo a deixar o espectador satisfeito com o resultado e torcendo para ver mais dos personagens, especialmente a incrível Thena de Angelina Jolie e o perspicaz Phastos de Brian Tyree Henry.
Entre tropeços Eternos abre caminhos para mais produções afastadas da fórmula Marvel, o gênero de super-heróis merece esse refresco. Além disso, as duas cenas pós-créditos também revelam possibilidades interessantes que o MCU ainda pode nos proporcionar.
Pontos positivos
- Excelente direção
- Foge da fórmula Marvel
- Traz mais emoção aos personagens
Pontos negativos
- Não traz profundidade o suficiente aos personagens
- Problemas de ritmo no começo
- Escolha de protagonismo duvidosa
NOTA: 8