O último resquício do antigo DCEU e continuação do longa de maior sucesso dessa franquia, Aquaman 2: O Reino Perdido chegou aos cinemas brasileiros. Dirigido por James Wan (Invocação do Mal), mesmo diretor do filme anterior, a produção encerra esse ciclo, falido, do Universo DC nas telonas. Veja o que achamos da produção neste veredito.

Uma longa trajetória

Arthur Cury (Jason Momoa) agora é o rei de Atlântida. É assim que termina o primeiro filme, e é assim que se inicia o segundo. A diferença é que agora, além da burocracia que um reino exige, o herói também possui sua própria família, junto a sua esposa Mera (Amber Heard).

Enquanto tenta se equilibrar nessas funções, seu antigo inimigo David Hyde (Yahya Abdul-Mateen), o Arraia Negra, resolve não apenas se vingar de Arthur, mas de tudo o que o herói ama. Após uma expedição ao hemisfério norte parece que o vilão encontrou a arma perfeita para isso no perigoso Reino Perdido, um tridente com o poder para vingar seu pai e derrotar de uma vez o Rei de Atlântida.

Sessão da tarde

Se você acompanhou toda a saga de filmes da DC nos cinemas e conseguiu sair com algo de positivo, se sinta abençoado pelo otimismo, porque o novo filme do Aquaman não vai lhe fazer ganhar nenhum argumento do porquê esse universo não deveria sofrer um recomeço.

Após os primeiros 15 minutos de introdução, que servem para mostrar tudo o que aconteceu de relevante na vida do herói após o filme anterior, já sabemos o que vem por aí: uma longa sessão da tarde.

Com efeitos especiais fracos, uma trilha sonora discutível, e atuação complicada, ainda assim o que mais peca no longa é seu roteiro desconexo, sem qualquer entrega, que simplesmente deixa várias pontas soltas ao longo de sua duração. Além disso, James Wan, conhecido por sua direção inventiva, parece não entender que esse deveria ser um filme de ação para fãs adultos, trazendo cenas pobres e confusas.

Juntando tudo isso com piadas fracas e falas sem sentido, parece que passamos mais tempo na sessão do que as míseras duas horas de duração do filme.

Fechando a tampa do caixão

A atuação de Jason Momoa é o que ainda atrai possíveis fãs ao cinema, e ele consegue manter o protagonismo muito bem (apesar de uma fala aqui e acolá que não faz sentido algum). É uma pena saber que essa é a despedida dele como esse personagem que fazia parte de uma mitologia tão interessante, mas ainda bem que acabou.

Patrick Wilson, que volta a atuar como Orm, deve muito a James Wan por conta de suas parcerias anteriores no Invocaverso, e acredito que ele tenha pago uma boa parte dessa dívida em O Reino Perdido. O personagem, que no primeiro filme possuía uma raiva bastante aceitável dos seres humanos, parece ter colocado isso de lado e focando sua motivação em uma vingança que é apenas citada como detalhe.

Do longa, só é possível ver que houve um esforço dos atores dentro da produção, mas que nem isso foi capaz de salvar qualquer memória afetiva que você tenha dentro dos cinemas quando se diz respeito a essa geração do Universo DC.

Veredito

Aquaman 2: O Reino Perdido é um longa que é longo demais e que não consegue cativar ninguém. Ainda tem a audácia de segurar o espectador para uma cena pós-créditos que repete uma das poucas piadas ok do filme, mas pelo menos não promete algo que não será mais entregue no futuro (como aconteceu no final de The Flash). 

A surpresa de que o papel de Amber Heard não tenha sido totalmente cortado pode até quem torce pela atriz, mas é óbvio que o roteiro deveria ter sido revisado antes de qualquer mudança drástica envolvendo problemas externos, pois quem não acompanhou a saga do seu divórcio fica sem entender o corte brusco na sua participação. 

Obrigada pela tentativa, mas voltemos a conversar quando as produções futuras do novo DCU, que estarão centralizadas nas mãos do controverso James Gunn (Guardiões da Galáxia), finalmente saírem.

Pontos positivos:

• Os atores tentaram

Pontos negativos:

• Direção
• Efeitos Especiais
• Piadas sem entrega
• Roteiro

NOTA: 4/10