O dia dos namorados está chegando nos Estados Unidos e a aposta da Warner é o filme de terror Acompanhante Perfeita (2025), estrelado por Jack Quaid e Sophie Thatcher. Nós conferimos o longa e contamos nossas impressões a seguir.

Enredo 

Josh (Jack Quaid) e sua namorada Iris (Sophie Thatcher) decidem passar um fim de semana na casa de campo de amigos. Os dois parecem se dar muito bem e ter uma vida perfeita juntos, mas eles guardam um segredo: Iris é um robô de companhia. Tudo vai muito muito bem, até que um acontecimento inesperado faz uma reunião tranquila se transformar em caos.

Apesar do gênero, Acompanhante Perfeita não é um filme de terror no sentido literal da palavra, visto que ele não busca aterrorizar o espectador. Na verdade o longa utiliza bastante do humor ácido e ironias em seus diálogos, o que combina muito bem com a premissa e funciona como um alívio cômico necessário.

Existem algumas cenas bem violentas, mas ainda sim a quantidade de sangue em tela é bem menor que o esperado. Alguns personagens são um pouco caricatos demais e exageram em clichês óbvios e batidos – algo que no começo é até engraçado, mas depois de um tempo se torna cansativo.

O roteiro é bem feito e consegue dar a mesma importância para os três atos, construindo uma atmosfera interessante para o clímax e trazendo um final surpreendente. Ainda sim, um pequeno problema nos últimos 10 minutos enrola a trama e não acrescenta tanta coisa à narrativa. Apesar disso, a trama é fluida e gostosa de assistir.

Robôs 

Filmes que questionam o valor ético de como a tecnologia avançou e se normalizou no dia a dia não são nada de novo. Alguns trazem de forma mais nua e crua como tudo isso pode se tornar um verdadeiro problema futuramente, enquanto outros já tentam entender o quão independente dos humanos a tecnologia vem se tornando.

Acontece que, até agora, o cinema pouco explorava a questão dos relacionamentos de humanos com bonecos ou robôs que já existem, como no caso do japonês Akihiko Miku que casou com uma boneca de pelúcia e gastou cerca de 10 mil reais para que uma IA permitisse mais interação entre os dois.

Casos como esse refletem o quanto a tecnologia, que em tese ajuda a conectar as pessoas, está deixando a humanidade cada vez mais solitária, tornando as relações “reais” cada vez mais difíceis e dificultando a socialização.

Veredito 

Acompanhante Perfeita tem uma premissa interessante com um plot twist legal, mas que perde a oportunidade de se aprofundar e questionar a relação entre um humano e robô, o que talvez dificultará as chances dele ser lembrado futuramente. Apesar disso, sua narrativa é interessante e mescla humor e terror em boas doses.

O roteiro do filme é bom, mas peca ao deixar os personagens no mesmo nível, construindo alguns de forma muito caricata e utilizando clichês que são até um pouco ofensivos. O longa tem a duração perfeita (cerca de 1h30min), com uma leve “barriga” nos últimos minutos que poderiam ter sido um pouco mais enxutos.

Por fim, a química entre os protagonistas Sophie e Jack é muito boa e os dois conseguem brilhar de forma mútua, se completando e combinando muito bem com a história a ser contada de personagens com personalidades completamente distintas.

Pontos positivos:

• Premissa
• Narrativa
• Química entre Sophie e Jack 

Pontos Negativos:

• Personagens caricatos
• Não aprofunda a relação entre humanos e máquinas

Nota: 8,5