Um filme de terror que não se baseia em nenhuma franquia, mas apenas na sua peculiar premissa, Abigail tem a fórmula perfeita para misturar suspense, sangue e até um pouco de comédia. Se essa combinação funcionou ou não você confere no nosso veredito do longa.

Uma criança indefesa… ou não 

Um grupo heterogêneo de criminosos se une para sequestrar Abigail (Alisha Weir), a filha de 12 anos de uma figura poderosa, tudo isso a mando de alguém que lhes promete fortuna na conclusão do crime. 

Esse grupo é formato pelo piloto de fuga Dean (Angus Cloud), a hacker Sammy (Kathryn Newton), o brutamontes Peter (Kevin Durand), o tático Rickles (William Catlett), a calculista Joey (Melissa Barrera) e o líder Frank (Dan Stevens). Os seis devem ficar 24h em uma mansão isolada vigiando a pequena bailarina, mas tudo dá errado quando eles descobrem que ela é, na verdade, uma vampira. 

Ação descompensada

A premissa meio galhofa do filme chama a atenção logo de cara, e é o principal motivo para relevarmos certas enroladas do roteiro. O começo vem lento, apostando muito no suspense da criatura e se tornando até um pouco cansativo por isso.  

Essa espera parece acontecer, pois o roteiro e a direção não tiveram criatividade o suficiente para preencher mais de uma hora com cenas de ataques da pequena vampira. Durante vários momentos Abigail some de tela e quando ela aparece suas investidas sofrem com a famosa câmera tremida, o que atrapalha a compreensão da ação.

Não me parece que essa deveria ser uma limitação do diretor, pois está na conta de Matt Bettinelli-Olpin bons trabalhos como Casamento Sangrento (2016), Pânico V (2022) e Pânico VI (2023). Porém, aqui, ele não foi feliz com suas escolhas.

Uma galhofa de respeito

Mesmo com essas características, o filme ainda tem uma boa dose de diversão, misturada com litros de sangue. Eles apostam em uma mitologia vampira que ecoa muito de Drácula (1987) e de 30 Dias de Noite (2002), até brincando com as lendas em certo ponto do longa.

Outro ponto positivo é que os protagonistas funcionam bem como equipe, os quais o roteiro não perde tempo em apresentar, e não agem como pessoas estúpidas, mesmo que tenham atitudes questionáveis. 

Provavelmente o comportamento mais estranho fica reservado para a própria Abigail, que precisa de uma grande cena para explicar suas ações, pois elas oscilam bastante. Existe uma justificativa, mas ela não é não interessante.

Veredito

Abigail é um ótimo filme para assistir de galera e sem qualquer pretensão. Sua premissa absurda consegue entreter, a comédia entra de uma forma orgânica e os personagens cumprem o seu papel na medida.

Uma pena que a direção deixe tanto a desejar, de forma que apenas uma ou duas cenas conseguem criar uma tensão real no espectador. Pelo menos a narrativa entretém, trazendo a quantidade certa de novos elementos para manter o público envolvido. 

E para completar, o final deixa espaço para uma continuação, deixando claro o potencial para uma franquia. Só tenho isso a dizer: por que não?

Pontos positivos: 

• Bom elenco
• Premissa curiosa
• Mistura interessante de suspense e comédia

Pontos negativos: 

• Direção cansativa
• Ação bagunçada
• Início lento

NOTA: 7/10