Veredito de A Mulher no Jardim

08/05/2025 - POSTADO POR EM Filmes

O novo terror da Blumhouse (M3GAN, O Telefone Preto) chega aos cinemas prometendo mistério e tensão em torno de uma tragédia familiar. Nós assistimos A Mulher no Jardim e trazemos nossas impressões. Confira.

Enredo

Após a morte recente do marido, Ramona (Danielle Deadwyler) tenta manter os filhos e a rotina em ordem na casa de fazenda isolada, ainda em reforma.

Um dia, uma figura misteriosa vestida de preto surge no jardim da casa. Ela diz ter vindo para um acerto de contas, e Ramona precisa encontrar forças para proteger seus filhos dessa ameaça desconhecida.

Imagem: Divulgação

Proposta instigante

Com um início intrigante, A Mulher no Jardim fisga de cara pela curiosidade. A mistura do medo de uma ameça desconhecida com o pânico da ameça ao lar é o suficiente para gerar tensão logo de cara. A família basicamente se vê refém na própria casa, enquanto a figura misteriosa ronda o lugar.

No entanto, à medida que o tempo passa, fica claro que esse suspense inicial era o único grande trunfo do roteiro. O restante do filme se perde em cenas pouco envolventes, seja pela passividade dos personagens diante do perigo, seja pelo uso exagerado de jumpscares.

A própria ameça da mulher misteriosa tem bons momentos, especialmente no uso das sombras para mexer com as pessoas na casa. Mas tudo isso perde força quando sua identidade é revelada muito cedo — um rosto comum, mesmo que ainda sobrenatural. Aquela máxima de que aquilo que está na nossa imaginação é mais assustador do que qualquer figura bizarra não teve a felicidade de ser seguida aqui.

Imagem: Divulgação

Muito barulho por nada

Tentando ser um terror psicológico, o longa acaba preso em repetições que não geram tensão real. As alucinações, a revelação precoce da figura ameaçadora e até algumas cenas mal explicadas deixam o espectador mais confuso do que assustado. Um exemplo problemático é uma sequência no terceiro ato, em uma sala escura com uma lanterna girando no chão — desafio qualquer pessoa fotossensível a não passar mal vendo a cena.

Além disso, é difícil se conectar com qualquer personagem do longa. A própria Ramona, que deveria ser a figura protetora de seus filhos, pouco faz para tirar as crianças daquela situação. Mesmo que ela esteja paralisada de medo pela presença sobrenatural, ainda assim as suas atitudes mais enfáticas só vem quando já não parece ter muita saída.

Imagem: Divulgação

Veredito

É muito difícil simpatizar com A Mulher no Jardim quando com meia hora de filme você percebe que ele não tem mais a oferecer do que uma dúzia de jumpscares e uma premissa instigante. Teria sido mais proveitoso fazer desse um episódio de uma série antológica de terror do que um longa-metragem, pois a duração deixa evidente sua falta de inventividade.

Para piorar, o desfecho é anticlimático e confuso, tentando ser enigmático, mas transmitindo apenas falta de inspiração. Quase tudo aqui já foi visto — e feito melhor — em outros filmes de terror, deixando pouco a ser salvo.

Pontos positivos:

  • Premissa inicial intrigante
  • Uso criativo das sombras em alguns momentos

Pontos negativos:

  • Personagens rasos
  • Falha em causar medo/tensão
  • Excesso de jumpscare
  • Trama esvaziada

NOTA: 5/10