O universo de A Invocação do Mal, produzido por James Wan, acaba de ganhar mais um título. Continuação direta do longa de 2018 e 9º filme da franquia, A Freira 2 traz de volta alguns personagens conhecidos enquanto acrescenta outros novos. Confira nossas impressões sobre o filme.
Enredo
Uma sequência de acontecimentos estranhos chama a atenção da Igreja, sendo o estopim deles a morte misteriosa de um padre na França.
Para tratar do assunto, o Vaticano envia a irmã Irene (Taissa Farmiga), que já havia lidado com um caso envolvendo um poderoso demônio na Romênia anos antes. Mas será que ela poderá enfrentar Valak e sair vitoriosa mais uma vez?
Tudo de novo
A Freira 2 comete praticamente todos os mesmos erros do seu antecessor. Muitas ideias interessantes que não são bem aproveitadas e ficam soltas. O roteiro simplesmente esquece da protagonista em alguns momentos e dá voltas em subplots que acabam travando a fluidez do enredo. Apesar de ser um filme relativamente curto, com 1h50 de duração, o tempo parece não passar nos primeiro e segundo atos.
Outro ponto em que o filme insiste no erro é no quesito susto. De tanto apelar para a quebra de expectativa, a atmosfera de tensão acaba ficando previsível e não assusta. Mas, uma coisa precisa ser dita, fica claro que o investimento em efeitos foi mais alto e as cenas que pedem computação gráfica conseguiram melhorar em relação ao anterior na grande maioria, com exceção da inserção de uma criatura demoníaca que parece estar muito mal montada.
O Universo
O universo de Invocação do Mal foi criado em 2013 a partir do lançamento do filme homônimo. O enredo do longa tem inspiração nos casos sobrenaturais investigados pelo casal de demonologistas reais Ed e Lorraine Warren, sendo interpretados nos longas por Patrick Wilson e Vera Farmiga.
O sucesso do primeiro título foi gigante e levou James Wan a produzir outros filmes com a Warner. Atualmente são nove longas e cinco curtas-metragens. E algo que se tornou comum nessa saga é fazer obras solo de assombrações que se destacaram em Invocação do Mal, como foi o caso da boneca possuída Annabelle, que já conta com três produções próprias.
A Freira tentou fazer algo semelhante, dando mais foco ao demônio Valak. Porém não é segredo pra ninguém que esse é um dos pontos baixos da franquia, amargando míseros 24% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes. Em contrapartida, o longa arrecadou mais de 300 milhões em bilheteria, o que garantiu que houvesse essa continuação.
Veredito
A Freira 2 se aproveita por alguns pontos, como o elenco, principalmente pela atuação de Taissa Farmiga, que teve seu personagem melhor aproveitado nesse filme que no anterior, mesmo sendo escanteada algumas vezes. O núcleo jovem também consegue entregar aquilo que é pedido pelo roteiro.
A direção do filme toma decisões que não conseguem ser explicadas, como o fato de escolher a quebra de expectativa o tempo inteiro, a ponto de não assustar e se tornar chato e repetitivo. O roteiro gosta de trazer cenas cheias de detalhes que não vão fazer tanto sentido para o desenrolar final.
Quanto à direção de arte, é inegável que o investimento foi alto e melhor aproveitado. Cenas de incêndio e possessão estão bem trabalhadas. Entretanto, a criatura demoníaca criada tem uma textura e movimentação esquisita. Além disso, algumas cenas são escuras demais e quase não dá pra ver o que está acontecendo.
No fim, A Freira 2 é um filme que não assusta, mas é divertido para quem está entrando nesse mundo do terror. Mais um exemplar do famoso “terror de shopping center”, funcionando como a diversão da semana e nada mais.
Pontos positivos:
- Melhor investimento no quesito de efeitos/direção de arte
- Elenco
Pontos negativos:
- Não tem sustos
- Falta fluidez no roteiro
- Cenas escuras
NOTA: 5/10