Estreou na Netflix, na virada do ano, um filme que estava sendo bastante aguardado pela critica devido a sua abordagem e temática. Baseado no livro de Elena Ferrante, pseudônimo de uma autora italiana misteriosa, A Filha Perdida faz uma reflexão a respeito de um assunto muito relevante a todos: o papel da mulher na sociedade.
Interior da Grécia
O filme começa nos apresentando a protagonista, Leda Caruso, uma professora universitária vivida pela vencedora do Oscar Olivia Colman. De férias, a mulher parece não querer mais nada além de tranquilidade no interior da costa grega, até a chegada de uma enorme família atrapalhar seus planos.
Com a dinâmica das pessoas, Leda acaba lembrando da própria família, principalmente das filhas, enquanto observa a jovem mãe Nina, interpretada por Dakota Johnson, e seu relacionamento com a pequena filha e a família do marido.
O filme é um drama psicológico muito bem desenvolvido e adaptado, que busca focar nas mulheres, independente de sua idade, e o que representa ser uma dentro da sociedade e do entorno familiar.
Desconforto atípico
Ao contrário de diversos filmes que falam sobre o papel feminino, A Filha Perdida busca fugir dos estereótipos atribuídos as mulheres, tais como; delicadeza, fidelidade e até mesmo o amor incondicional aos filhos. Trazendo pontos e cenas que podem causar um desconforto aos espectadores, o filme busca também mostrar o propósito disso através de uma reflexão nos diálogos e atuações muito bem posicionadas.
Enquanto Olivia Colman brilha em todas suas cenas e as atuações coadjuvantes não são de forma alguma esquecíveis, é na direção que o filme acaba também se tornando relevante. Maggie Gyllenhaal estreia como diretora de uma maneira formidável, buscando transmitir os sentimentos dos personagens e trabalhar a empatia em cada cena pela perspectiva feminina, não através de perfeições e clichês, mas de erros e da humanização destes.
Veredito
O roteiro também é de responsabilidade de Gyllenhaal, que adquiriu os direitos do livro em 2018. O pseudônimo espanhol Elena Ferrante é atribuído a uma escritora italiana que, até o momento, continua anônima apesar do sucesso de vários livros que abordam temáticas semelhantes a de A Filha Perdida.
O filme traz, sem dúvidas, diversas reflexões sobre o ser mulher e como somos tratadas dentro de uma sociedade que faz com que a maternidade seja o papel central, e talvez único, a que somos atribuídas, não importando onde estejamos.
A busca pelo trágico dentro das cenas também faz com que paremos um pouco para nos perguntarmos o motivo disso, já que aparentemente estamos sempre querendo acreditar que todas as mulheres estão dispostas e prontas para se encaixar em todos os itens da lista que alguém há muito criou, mas que lutam para não atualizar.
O filme já havia estreado no Festival de Veneza em 2021, e chegou aos cinemas dos Estados Unidos em dezembro, pouco antes da sua distribuição mundial pela Netflix. Se você ainda não viu, tá esperando o quê?
Pontos Positivos
- Reflexões
- Discurso sobre mulheres feito por mulheres
- Direção e roteiro
- Atuações
- Fuga de clichês
Pontos Negativos
- No aguardo
Nota: 10