Papillon: Um Homem Em Busca de Liberdade

03/10/2018 - POSTADO POR EM Filmes

Do diretor dinamarquês Michael Coer, “Papillon” é um remake de um drama biográfico de 1973 sobre o personagem-título Henri ‘Papillon’ Charrière, um homem condenado à prisão perpétua por um crime que não cometeu. O longa chega aos cinemas brasileiros esta semana com a premissa de ser uma obra carregada sobre uma história real e emocionante. O veredito você confere aqui.

Encarcerado

O ano é 1931 e “Papi” é um ladrão e arrombador de cofres em Paris que, após passar a perna em um de seus empregadores, acaba sendo acusado e condenado por um assassinato que não cometeu. Ele é enviado à uma colônia penal na Guiana Francesa, um buraco sem volta, de onde planeja escapar com a ajuda e os recursos de um falsário milionário chamado Louis Dega, que também está preso.

Imagem: Divulgação

O Remake

O filme original, dirigido por Franklin J. Schaffner, pode não ser memorável, mas é um filme de qualidade inquestionável, contando com dois grandes atores fazendo a dupla Louis (Dustin Hoffman) e Papi (Steve McQueen). Assim, a proposta de recontar essa história vem com uma grande responsabilidade – que Michael Coer assume com eficiência. Apresentando um remake sórdido e a carga dramática necessária, o diretor refaz o clássico com maestria, fazendo uso de novas tecnologias cinematográficas para incrementá-lo e trazendo uma nova interpretação para as memórias de Charrière.

Rami Malik (de “Mr. Robot”) e Charlie Hunnam (de “Círculo de Fogo”), apesar de pouco brilhantismo em suas atuações, têm uma ótima dinâmica em tela e sustentam bem a dupla de protagonistas, fazendo jus aos personagens de Hoffman e McQueen em 73. São dois opostos que trabalham bem juntos e formam um laço muito sincero e emocionante – base para a história que é contada em tela.

Imagem: Divulgação

Em Busca da Liberdade

O ritmo é lento, mas se mantém bem pelo enredo imersivo e sempre tenso da trama. Os momentos na prisão são claustrofóbicos, a solitária é angustiante, e ideia de liberdade, encantadora. Acompanhar o desenrolar da história é um teste de nervos, onde muitas vezes durante o filme somos surpreendidos pelo desfecho que levam os personagens, e a experiência só se intensifica para quem não conhece a obra original.

A proposta, que tem um tom de “O Conde de Monte Cristo” (livro de 1844) com “Prison Break” (série de 2005), transparece o melhor do gênero escapista, trabalhando muito bem as nuances por trás de uma fuga. É um drama lento em seu desenvolvimento, mas competente em transmitir a história sem perder a atenção do público. Os personagens são fortes, bem atuados, e com uma boa relação em tela.

Imagem: Divulgação

Veredito

Coer tem uma direção sensível, que mantém a secura da história que é contada, sem perder o impacto dela. O tom de drama, encarceramento e esperança é muito bem alinhado ao que se apresenta no longa, que dura pouco mais de duas horas e acaba de forma comovente.

Assim, “Papillon” se mostra um remake eficaz, com qualidades superiores as de seu antecessor. É um filme seguro, forte e emocionante, que conta com maestria uma biografia de peso excepcional sobre a busca otimista de um homem pelo seu ideal de liberdade.

Imagem: Divulgação