O que podemos esperar de Maze Runner: A Cura Mortal?

24/01/2018 - POSTADO POR EM Filmes

Inspirada na obra literária homônima, escrita por James Dashner, a trilogia de “Maze Runner” chega ao fim com o terceiro e último filme da franquia, “Maze Runner: A Cura Mortal”, que estreia amanhã, 25. Dirigido por Wes Ball, o filme traz uma ambientação pós-apocalíptica – “meio noir” – com muitas cenas de ação e uma conclusão excitante para a trama dessa distopia.

O tempo passou

Desde a traição de Teresa em “Prova de Fogo”, os rebeldes remanescentes do ataque da CRUEL conseguiram se reerguer e agora buscam uma nova terra para se fixarem. Entretanto, os Clareanos (jovens que saíram do Labirinto), mais maduros e unidos depois de tudo que passaram, ainda precisam salvar outros jovens dos testes desumanos da corporação.

Liderados por Thomas (Dylan O’Brien), o grupo de protagonistas irá para a chamada “Última Cidade”, na tentativa de salvar a vida de Minho (Ki Hong Lee) e de outros prisioneiros, além de buscarem por respostas a respeito da cura. Entretanto, no caminho, eles serão apresentados a novos desafios e aliados, devendo, por uma última vez, enfrentar os muros da corporação CRUEL.

Foto: Divulgação

Jovens contra o sistema

Em um universo pós-apocalíptico, onde praticamente toda a população da Terra pereceu a um vírus denominado Fulgor, a esperança parece encontrar-se em jovens, chamados Imunes, que não são afetados pelo vírus. Um desses jovens é Thomas, que, desde o primeiro filme da franquia, mostrou-se um líder para os demais, repetindo seu papel em “A Cura Mortal” e guiando seus amigos para dentro da fortaleza máxima da corporação CRUEL, afim de encontrar Minho e Teresa.

Apesar de ser um personagem central da história, Thomas não tenta convencer a audiência de seu heroísmo. Ele, desde sua primeira aparição, representa uma figura de insatisfação contra o sistema, mas, muitas vezes, suas motivações são nobres, porém equivocadas, não servindo de justificativa para suas ações, que são irracionais e impulsivas. Ele parece atrair o desastre para si, mas, mesmo assim, com um discurso de bravura consegue o apoio de seus amigos para todos os seus planos.

Ele, portanto, materializa o sentimento coletivo de insatisfação em sua figura, numa representação muito fiel do deslocamento dos jovens dentro daquele cenário, onde servem de experimento para um fim que desconhecem. Ele representa, inclusive, a imaturidade, os desejos e anseios de liberdade da juventude, servindo como alegoria de liderança para a revolução que desencadeia naquele lugar.

Foto: Divulgação

O desfecho de tudo

A última produção da distopia de Maze Runner é o filme mais longo dos três e não poupa em cenas de ação eletrizantes e com visuais bastante imersivos (principalmente para quem o assiste em salas 3D). É uma aventura pós-apocalíptica, que, em seu primeiro ato, nos recorda uma mistura interessante e já conhecida em filmes de zumbi contemporâneos, e, em seu segundo ato, desenvolve uma trama de invasão e rebelião, que caminha para o grande e esperado embate entre os rebeldes e a CRUEL.

Ocorre que, apesar do primeiro deslumbramento, as cenas de ação vão perdendo sua força para um roteiro preguiçoso e mal desenvolvido, onde as histórias dos personagens não ganham espaço e onde tudo parece se resolver com uma facilidade inexplicável. Quando tudo parece perdido, não vemos os indivíduos sequer suarem para saírem da situação, pois, de forma bastante cômoda, a solução aparece do nada. E isso se repete, infelizmente, durante todo o filme, inclusive em sua resolução.

Além disso, a narrativa não nos fornece material suficiente para um desfecho à altura das questões que nos são lançadas, ignorando o passado e as motivações de alguns personagens, além de dar conclusões bastante simples à história. As pontas soltas são evidentes. Fato que pode se explicar pela liberdade criativa adotada na adaptação, que não se prende em ser fiel à obra literária e acaba se perdendo dentro de mudanças e possibilidades mal desenvolvidas.

Por fim, “Maze Runner: A Cura Mortal” é o final de uma saga que seguiu um processo de amadurecimento e encontrou-se em sua melhor representação já em seu último filme, adquirindo corpo e qualidade nesse processo. Não alcança, porém, o nível de produções similares, como “Jogos Vorazes”, mas consegue manter suas particularidades e sua identidade narrativa. Não é uma obra destacável, mas é uma experiência interessante e excitante para os fãs de distopias adolescentes.

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