Harry Potter: O que aconteceu com Tom Riddle?

25/07/2017 - POSTADO POR and EM Filmes

“Medo no nome só aumenta o medo da coisa em si”. Certa vez, Alvo Dumbledore conheceu um menino que fez todas as escolhas erradas. Cego e dominado pela própria ambição, Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado não contava com a força inigualável do amor e da amizade. Ao espalhar medo na comunidade bruxa como um todo, Voldemort alimentou em Harry Potter o desejo desesperado de viver, que só pode ser aliado à procura por aqueles que o amavam.

Infância e família

Coincidência ou não, Voldy não nasceu do fruto do amor entre duas pessoas. Insatisfeita por não ter seu amor correspondido, Mérope Gaunt, mãe de Tom Riddle, ofereceu ao seu amado Amortentia, uma poção que o deixaria loucamente apaixonado por ela. No entanto, Tom pai conseguiu deixar Mérope logo após o nascimento de seu filho, pois já não estava mais tomando a poção do amor. Depois disso, a bruxa levou o bebê até um orfanato de trouxas em Londres e lá o deixou, rogando, como último desejo, que o garoto fosse chamado de Tom Servolo Riddle, uma homenagem ao pai e avô. Mérope morreu pouco depois.

Crescer sem uma família não foi exatamente um empecilho para Riddle. Desde cedo o rapaz demonstrava ter senso de liderança, autoridade e, mesmo sem conhecimentos mágicos, conseguia controlar o dom. Na mesma idade em que Harry Potter foi recrutado por Hagrid, Tom Riddle recebeu a visita de Alvo Dumbledore que ficou impressionado com a inteligência e o poder do menino. Em Hogwarts, aprendeu a dominar melhor a magia, compreendeu por que conseguia falar com cobras (e fez uso a seu favor), aprendeu a duelar e descobriu que caminho gostaria de seguir – o das Artes das Trevas.

Foto: Divulgação

Alma dividida

Ao decidir o que faria depois de Hogwarts, Tom Riddle pesquisou, com a ajuda indireta do professor de Poções, Horácio Slughorn, como dividir sua alma e transferi-la para objetos – as Horcruxes –, o que permitiria a qualquer bruxo se tornar “imortal”. Até hoje não sabemos exatamente quais foram todas as vítimas de Voldemort, uma vez que ele precisou matar ao todo seis pessoas para tal fim.

Durante o período que ficou conhecido como a Primeira Guerra Bruxa – quando Tom Riddle já não atendia pelo nome de nascença e era conhecido como o maior bruxo das trevas desde Grindelwald –, uma certa profecia surgiu como ameaça de sua soberania. Foi assim que Voldemort chegou a Harry Potter, mas na tentativa de assassinar a criança recém-nascida, veio a maior surpresa de todas. O que Lorde das Trevas não sabia era que sua alma seria partida em mais um pedaço, involuntariamente. Ao transferir alguns de seus poderes ao menino, Voldemort foi exilado durante anos, perdendo até mesmo seu próprio corpo e ganhando mais uma Horcrux, entranhada na alma de Harry.

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Tentativas e mais tentativas

“Medo no nome só aumenta o medo da coisa em si”. Certa vez, Alvo Dumbledore conheceu um menino que fez todas as escolhas erradas. Cego e dominado pela própria ambição, Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado não contava com a força inigualável do amor e da amizade. Ao espalhar medo na comunidade bruxa como um todo, Voldemort alimentou em Harry Potter o desejo desesperado de viver, que só pode ser aliado à procura por aqueles que o amavam.

No ano seguinte, a alma depositada em um dos objetos de Riddle provocou a reabertura da Câmara Secreta em Hogwarts, dessa vez com a intervenção forçada de Gina Weasley, irmã de Rony. O plano era mais complexo, mas quase funcionou, não fosse a fidelidade de Harry à casa da Grifinória e o instinto de sobrevivência.

Já durante o terceiro ano letivo de Harry, um intervalo foi dado ao jovem bruxo, para então o encurralar em uma armadilha mortal no ano seguinte. Voldemort conseguiu manipular o Torneio Tribruxo, sediado em Hogwarts, e com ajuda de Comensais da Morte, fez com que Harry chegasse à etapa final. Para recuperar seu corpo sobre-humano, era preciso tirar um pouco de sangue do garoto. Assim, o cenário estava montado para o desfecho de seu plano.

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Ameaça de dentro

Mais uma vez, Voldemort estaria fadado ao fracasso. Anos mais tarde, ao entrar em contato com a lenda das Relíquias da Morte, ainda tentou obter a invencível Varinha das Varinhas, mas foi superado por Harry Potter na busca pelas Horcruxes. O curioso é reparar que, das seis parcelas da alma de Você-Sabe-Quem, apenas uma foi realmente aniquilada por Harry, e ele nem sequer sabia o que significava aquilo na ocasião. O diário foi a primeira Horcrux a ser destruída, mas as outras foram, na sequência, por Dumbledore, Rony, Hermione, Vincent Crabbe e Neville.

Talvez o maior feito de Voldemort não tenha sido suas conquistas nos tempos de Hogwarts ou sequer o fato de ser o primeiro bruxo conhecido a criar múltiplas Horcruxes, mas sim a derrota do único a quem ele temeu na vida: Alvo Dumbledore. Durante o sexto ano de Harry na escola, o ex-aluno conseguiu infiltrar no castelo seus seguidores recém libertados em um plano que envolveu Draco Malfoy e Severo Snape. O que Voldemort não sabia era que o próprio Dumbledore já estava convencido de que precisava morrer pois já estava amaldiçoado pela Horcrux em forma de anel de Salazar Slytherin. Paralelamente, o diretor já havia acertado com Snape que ele deveria matá-lo, cumprindo assim o papel dos dois na batalha que viria a seguir.

Harry Potter precisou reconhecer nas lembranças do seu antigo mestre de Poções que deveria se sacrificar para exterminar a última Horcrux criada pelo inimigo: ele mesmo. Ao se entregar na Floresta Proibida, na madrugada do dia 2 de maio de 1997, Harry foi capaz de conhecer o local onde a alma mutilada de Voldemort habitava. No capítulo mais esclarecedor e surreal da saga de J.K. Rowling, o menino que sobreviveu recebe a chance de se tornar o menino que ressuscitou. Deixa o limbo e retorna à Batalha de Hogwarts para dar fim ao terrorismo que estava prestes a começar. Ironicamente, o responsável pelo feitiço da morte que derrubou Voldemort de uma vez por todas foi ele mesmo, num efeito de ricochete do duelo entre as varinhas de Harry e Tom Riddle.

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