Lista: 6 filmes desconhecidos para desgraçar sua cabeça

21/08/2018 - POSTADO POR EM Filmes

Como o título já entrega, fizemos uma lista de filmes estrangeiros e nacionais que não receberam o enfoque que mereciam, mas que possuem histórias envolventes e emocionantes, dignas de reflexões prolongadas sobre a vida e a existência. São histórias que abrangem temas atuais e, às vezes, bastante densos, o que pode gerar desconforto para algumas pessoas, por isso, alguns deles virão com aviso de gatilhos.

P.S: Fiz uma lista com os filmes desse post e com alguns outros, pra quem tiver interesse em informações a mais ou em assistir outros do gênero no site Letterboxd.

Miss Violence (Grécia, 2014)

Esse drama grego, dirigido por Alexandros Avranas, conta a história de uma menina que se suicida em seu aniversário de 11 anos, deixando para trás o mistério de suas motivações para tanto. No que se torna uma investigação do serviço social a respeito do que teria levado a menina a fazer isso, somos apresentados à sua família disfuncional e cheia de mistérios, que insiste em atribuir a morte da filha a um acidente.

O filme, que ganhou o Leão de Prata de Direção no Festival de Veneza, tem um tom sóbrio e uma fotografia dessaturada, que dão à obra um sentimento de apatia e ajudam a criar a tensão crescente da trama, que envolve questões delicadas de violência doméstica, abuso e relações familiares anormais.

Incendies (Canadá, 2010)

“Incêndios” marca o momento de ápice da direção dramática de Denis Villeneuve, um dos diretores mais relevantes da atualidade (dirigiu “Arrival” e o recente “Blade Runner 2049”), e se mostra uma obra substancial e emocionante, que guarda um desfecho surpreendentemente angustiante.

O filme conta a história de um casal de gêmeos que, após a morte da mãe, recebem a missão de encontrar o pai e o irmão que não conheciam. Assim, mesmo relutantes, partem em uma jornada a Palestina, onde seguem os passos de sua mãe, conhecendo sua história e suas raízes, além de segredos que mudarão a vida deles para sempre.

O Lobo Atrás da Porta (Brasil, 2013)

O longa brasileiro de suspense, do diretor Fernando Coimbra, conta a história, baseada livremente em fatos reais, do sequestro de uma garotinha, filha de Sylvia (Fabíula Nascimento) e Bernardo (Milhem Cortaz), onde a principal suspeita é a amante do pai da menina, Rosa (Leandra Leal).

“O Lobo Atrás da Porta” é um filme que mostra uma identidade única, com um desenrolar a seu próprio tempo, que envolve o telespectador sem precisar abusar de exageros dramáticos ou longos diálogos. Ele possue sua própria forma de contar a história, que é seca, mas não menos emocionante e angustiante. É uma obra sólida, que retrata uma realidade triste, mas importante de ser retratada.

O Sétimo Continente (Áustria, 1989)  

O diretor austríaco Michale Haneke é conhecido pelas obras sobrecarregadas e obscuras que produz, como “Violência Gratuita” (1997) e “A Fita Branca” (2009), e em “Sétimo Continente” isso não é diferente.

O filme conta a história de uma família que decide se mudar após um incidente na escola da filha, apresentando uma narrativa introspectiva, quase enfadonha, em seu desenvolvimento inicial, mostrando a evidente apatia dos personagens em suas atividades comuns e repetitivas. O que, em um segundo momento, começa a entregar pistas do que está acontecendo e, assim, vai criando um clima crescente de tensão e angústia em quem assiste, levando, por fim, a um desfecho abrupto, seco e devastador.

Confissões (Japão, 2010)

“Confissões”, ou “Kokuhaku”, conta a história de uma professora, que em seu último dia de aula na escola, conta que não mais voltará a lecionar e afirma que sua filha, de quatro anos de idade, que supostamente morreu afogada na piscina da escola, na verdade foi assassinada por dois de seus estudantes. Pouco depois de seu discurso, ela revela sua vingança e, então, deixa que a atitude tenha seus desdobramentos.

O longa japonês, dirigido por  e inspirado em uma romance homônimo do escritor Kanae Minato, é uma história de vingança, mas também uma reflexão sobre violência e os impactos que ela tem sobre as pessoas. Sem mostrar cenas explícitas ou exageradas, a crueldade da película se dá pelo impacto de certas atitudes e pelo desenrolar delas na vida das pessoas que foram de alguma forma vítimas ou perpetrantes dela.

Anomalisa  (Estados Unidos, 2015)

Indicada ao Oscar na categoria de “Longa Animado”, o filme conta a história de Michael Stone, um guru do telemarketing, que está desacreditado em sua vida, não encontrando razões convincentes para se alegrar diante dela.

“Anomalisa” é uma animação excelente, mas também um longa introspectivo, que expõe o egocentrismo das relações modernas, mostrando a fluidez dos sentimentos e a insistente procura por autoafirmação das pessoas diante da solidão. É calmo, singelo, mas visceral no que se propõe a tratar.