Peça-chave no tabuleiro democrático, a imprensa não apenas informa mas também questiona os fatos a fim de outras visões e o desenvolvimento do senso crítico de uma nação. 

Hoje, 1º de junho, é Dia Nacional da Imprensa, e o Roteiro Nerd montou uma lista de filmes e documentários que mostram o valor do trabalho dos profissionais do jornalismo para a sociedade. Simbora!

Todos os Homens do Presidente (1976)

A renúncia do ex-presidente dos EUA, Richard Nixon, em 1974, tornou o Caso Watergate como sinônimo de jornalismo investigativo de qualidade. Os repórteres Bob Woodward (Robert Redford) e Carl Bernstein (Dustin Hoffman), do Washington Post, foram os responsáveis pelo maior escândalo político da história do país por meio de uma cuidadosa apuração com fontes extra oficiais.

Dirigido por Alan Pakula, o longa é citado com frequência em cursos de Jornalismo pelo cuidado com as fontes e pelo ímpeto de sempre ir mais a fundo na investigação de um caso que parecia isolado – cinco detidos no escritório do Partido Democrata – para desvendar um esquema ilegal que facilitaria a vitória republicana na eleição de 1972.

 Zodíaco (2007)

A caçada pelo serial killer Zodíaco na década de 1960, em São Francisco, levou o escritor Robert Graysmith (Jake Gyllenhaal) e o repórter criminal Paul Avery (Robert Downey Jr.) a investigarem por anos os caminhos e os comportamentos do assassino, que mandava cartas aos jornais locais contando sobre seus crimes e com mensagens criptografadas.

Um dos vários sucessos de crítica do diretor David Fincher, Zodíaco não apressa uma meticulosa apuração – que inclusive foi retomada após o lançamento do filme -, até porque o culpado ainda não havia sido descoberto, ganhando uma aura de mistério e questionamentos quanto à identidade do autor das atrocidades. 

Collective (2019)

Em 2015, 27 pessoas morreram em um incêndio na boate Collective, em Bucareste, além de outras 37 vítimas mortas pela falta de cuidado nos hospitais. Ao questionar a ineficácia do sistema de saúde romeno, o jornalista esportivo (!) Cătălin Tolontan descobre que os desinfetantes usados nos hospitais são diluídos para economizar, gerando desconfiança da população no governo e uma onda de manifestações que levam à uma crise política no país.

O documentário dirigido por Alexander Nanau expõe todo o trabalho de apuração e edição das informações coletadas pelas entrevistas, além do lado do novo ministro da saúde da Romênia, com grande peso dramático e ótimo ritmo ao longo dos turbulentos meses que se sucederam ao escândalo na Romênia.

A Montanha dos Sete Abutres (1951)

Chuck Tatum (Kirk Douglas) é um repórter que foi demitido de 11 jornais e busca a chance de publicar uma grande história para enfim alçar sua carreira. No Novo México, começa a trabalhar em um pequeno jornal e descobre que um homem ficou preso entre as pedras de uma mina. Ao entrevistar a vítima no local, vê a oportunidade de explorar o sofrimento do desconhecido para seu sucesso no foco da notícia.

A obra do diretor Billy Wilder é um ótimo exemplo para estudar a ética e a moral do jornalista com sua fonte e até que ponto uma história pode ser trabalhada sem causar prejuízos aos dois lados. 

Cidadão Kane (1941)

80 anos se passaram e Cidadão Kane, de Orson Welles, ainda é considerado como um dos melhores filmes de todos os tempos, aliando uma intrigante história com técnicas de filmagem fora do padrão para a época.

A vida do protagonista Charles Kane, dono de um jornal e magnata da comunicação, é destrinchada por repórteres que buscam entender o passado do homem que ganhou tanto poder político e se isolou em sua mansão Xanadu. A sede pelo sucesso acabou corrompendo Kane, interpretado pelo próprio Welles.

Em 2020, a Netflix lançou Mank, longa que conta parte da produção do roteiro do filme por Herman Mankiewicz, explicando melhor os paralelos que a obra traçou acerca do contexto no final dos anos 1930.