Lista: 10 documentários para assistir na Netflix – Parte I

19/10/2018 - POSTADO POR EM Filmes

O serviço de streaming da Netflix é famoso pelas suas séries e filmes, mas um tipo de longa-metragem em especial tem ganhado destaque ao oferecer títulos incríveis para diversos interesses: os documentários. Reunimos dez produções de variados assuntos para aqueles que buscam informação e bagagem sem abrir mão do entretenimento. Aqui você confere a primeira parte (de duas) da nossa lista. Vamos lá!

Cuba e o Cameraman (2017)

O cineasta americano Jon Alper, vencedor do Emmy por 15 vezes com seus documentários, acompanha a história de três famílias cubanas durante 45 anos, e como o regime influencia a vida dos moradores da Ilha. Com as primeiras imagens datadas do início dos anos 1970, o jornalista acabou desenvolvendo uma relação de confiança com o líder Fidel Castro, obtendo longas e exclusivas entrevistas do comunista.

O filme segue até a morte de Fidel, em 2016, quando Cuba já recebe algumas tecnologias como smartphones e caixas eletrônicos. Indo além da questão política, Alper torna-se amigo das famílias que acompanha e mostra como a população local vê a revolução, desde o seu início até os tempos mais complicados do embargo econômico. Buscando sempre estar isento de opiniões, o documentário é bonito e até emocionante ao escancarar para o mundo os ideais de uma nação que se desenvolveu (independente de muito ou pouco) na contramão do mundo. (Duração: 1h54)

BlackFish – Fúria animal (2013)

O que pode acontecer quando um animal marinho de sete toneladas é capturado, maltratado e domesticado para entretenimento humano? “BlackFish” traz o relato de ativistas da causa animal e ex-funcionários do SeaWorld (parque de shows aquáticos da Flórida, Estados Unidos) sobre as Orcas que realizam apresentações de saltos no famoso recinto.

Tilikum, a Orca macho de mais destaque do parque, com o tempo mostra-se agressiva, chegando a atacar treinadores e até a matar por afogamento uma de suas principais acompanhantes nos shows para o público. Reunindo cenas de apresentações, de treinamentos e áudios de conversas com paramédicos, o documentário coloca em pauta os maus tratos sob o qual vivem os animais do parque, bem como o comportamento inteligente e vingativo que as orcas podem ter ao serem submetidas a tais condições.  

Com diversas informações acerca do comportamento destes animais, o filme é assustador e revoltante, fazendo com que o espectador tenha, ao fim da produção, uma bagagem não influenciada apenas pelas questões ativistas, mas também saiba mais sobre o desenvolvimento das Orcas e sua incrível capacidade psicológica. (Duração: 1h23)

She’s beautiful when she’s angry (2014)

O Brasil vive uma primavera feminista e as redes sociais são os principais motores desse cenário. Para entender o movimento mais próximo de sua raiz, o documentário “She’s beautiful when she’s angry” (Ela fica bonita quando está com raiva) mostra como se deu a revolução das mulheres americanas entre as décadas de 1960 e 1970, exatamente o período do nascimento da Segunda Onda, como é chamado pelos teóricos o momento de expansão do feminismo, seja em suas diversas correntes, seja nos diferentes países em que chegou até estar difundido como hoje.

O filme traz filmagens de protestos, discursos impactantes e relatos atuais de mulheres que se destacaram (e ainda se destacam) na luta pela igualdade de gênero, abordando as contradições pela qual passou o movimento social e dando espaço a novos debates e novas formas de se fazer a luta de mulheres. É arrepiante e inspirador para quem deseja conhecer a realidade daquelas que lutaram antes de nós. (Duração: 1h32)

Tokyo Idols (2017)

O pop oriental é uma febre no mundo inteiro com suas coreografias animadas, indumentária fetichizada e idols (como são chamados os cantores) padronizados no melhor estilo anime. Focando em uma cantora de pop japonês, esse recorte mostra, principalmente quem são os fãs tão fiéis desses grupos e cantores – e o que eles são capazes de fazer para encontrarem seus ídolos.

Usando um tom sutil de crítica e mostrando além do “show pelo show”, o filme traz a opinião de especialistas em diferentes assuntos que avaliam o comportamento dos fãs, apontando motivos que podem levar a uma adoração tão exagerada, bem como avalia a fanbase (no caso da cantora “Rio”, formada principalmente por homens de meia idade) e o que ela representa na sociedade. É muito mais focado na experiência dos fãs japoneses e não reflete tanto a realidade ocidental, mas é uma boa pedida para entender ainda mais a recepção dessa indústria diretamente do seu país de origem. (Duração: 1h28)

Humano – Uma viagem pela vida (2015)

Com testemunho de duas mil pessoas de diferentes idades, etnias, lugares do mundo, condições sociais e credos, o documentário aborda a realidade de cada um, evidenciando o relato de forma sempre emocionante, introspectiva e sincera. O filme tem trechos famosos nas redes sociais, principalmente o da brasileira Maria, que com um linguajar simples e muitas rugas para a sua idade, conta sobre as dificuldades do sertão cearense.

Outro momento interessante é a fala do ex-presidente e atual senador do Uruguai, Pepe Mujica, um dos entrevistados. Seus discursos de desprendimento e consumismo acelerado já são muito difundidos na internet, mas este é daqueles que deixa o espectador reflexivo por horas. O documentário mescla os depoimentos com imagens aéreas de tirar o fôlego que reforçam com intensidade cada fala.

Os grandes problemas da humanidade, como guerras, fome, pobreza e intolerância conseguem ser passados a quem assiste com tamanha força que é impossível não se sentir incomodado ou ficar alheio às realidades apresentadas durante algumas horas ou até dias. Afinal, ainda temos dentro de nós algo em comum, a humanidade. (Duração: 2h23)