Nesta terça-feira, dia 4, aconteceu a coletiva de imprensa do filme Bem-Vinda a Quixeramobim em Fortaleza, no Hotel Sonata. Participaram do evento grande parte do elenco, assim como o diretor, Halder Gomes.

Dentre os atores presentes podemos destacar a presença do cearense, natural da região do Cariri, Max Petterson, realizando a sua estreia nos cinemas, bem como Monique Alfradique, a protagonista do longa, e também Chandelly Braz, Araci Breckenfeld e Luís Miranda.

O diretor Halder Gomes – o mesmo de Cine Holliúdy (2012), O Shaolin do Sertão (2016) e  Os Parças (2017) -, trouxe vários pontos a serem observados em seu novo filme, além do humor, pois buscou retratar a realidade de um interior do nordeste e seus desdobramentos, com a seca e falta de oportunidades. “É a minha primeira comédia com um pé mais no realismo, e menos no realismo fantástico, que está dentro de uma naturalidade, dentro de um universo plausível de acontecer”, comentou.

Halder ainda foi questionado a respeito de gravar o filme na pandemia e a importância econômica que Bem-Vinda a Quixeramobim trouxe para a cidade gravada. Sendo bem categórico, o diretor ressaltou não apenas que filmes podem trazer um aumento da economia local, por conta da necessidade de locação, hospedagem, alimentação, mas que um projeto audiovisual também é um privilégio, pois dá a oportunidade de levar para outros lugares a cultura local. Assim, dada a oportunidade, ele pretende mostrar posteriormente em suas produções outros cantos do Ceará e do Nordeste.

Antes de chegar aos cinemas brasileiros, o longa fez sua estreia em Paris, na França, onde lotou as salas exibidas, e em seguida partiu para Miami, nos Estados Unidos. Essas exibições renderam prêmios de Melhor Filme Júri Popular e Melhor Atriz para Monique Alfradique no 26º Inffinito Brazilian Film Festival Miami.

As exibições na França ainda garantiram uma participação interessante de Max Petterson para além da atuação. Durante a coletiva foi contado que o ator ajudou na tradução do longa para o francês, pois era o único fluente nos dois idiomas, a fim de que o dialeto cearense pudesse ser compreendido por toda a plateia.

“Durante o processo de legenda, a tradutora foi sincera comigo e disse ‘olha, Max, a gente tem pouco tempo e não entendo direito o dialeto. Eu disse pra ela que podia me mandar mensagem qualquer hora, teve uma que ela disse: ‘tem uma frase na cena da Rossicléa que ela diz muito bonito pro meu pr*q**to, como eu coloco isso no francês?’. Fiz todo um estudo pra ajudar ela”, explicou.  

Sobre Bem-Vinda a Quixeramobim

O longa, com seu elenco quase 100% nordestino, chega às telas dos cinemas brasileiros dia 13 de outubro. Ele vai contar a história de Aimeé (Monique Elfradique), uma digital influencer que vê sua vida dar uma volta quando tem sua fortuna confiscada por conta dos negócios investigados de seu pai. 

Buscando uma forma de se reerguer, a garota vai até o interior do Ceará atrás de uma propriedade deixada por sua mãe. Chegando lá, Aimeé descobre muito sobre a mãe e ainda descobre motivos para viver uma vida de forma bem diferente do que ela imaginou para si.

Bem-Vinda a Quixeramobim possui algumas peculiaridades em sua produção, além de ter sido filmado durante a pandemia, e não constatar nenhum caso de Covid durante as filmagens, o filme precisou ter seu roteiro adaptado para que se adequasse às normas de segurança de saúde da época.

Criando uma cidade fictícia (Joatá), o filme foi gravado em Quixadá, cidade vizinha à real Quixeramobim, numa área chamada Joatama, e teve seu elenco reduzido. Além disso, o título do longa era provisório, mas a produção gostou tanto da sonoridade do nome Quixeramobim, que se tornou oficial. Mas é como o diretor Helder Gomes disse “Nunca vi reclamarem de Star Wars ter sido gravado na Terra”.