Ranking of Kings: por que você precisa assistir esse anime

12/06/2023 - POSTADO POR EM Animes / Mangás

Ranking of Kings, anime iniciado em 2021, é uma adaptação do mangá de Sousuke Toka. Disponível na Crunchyroll, a produção é uma grata surpresa e conta com 23 episódios na temporada inicial – além de uma temporada especial de fillers, episódios pouco relevantes para a trama principal.

Acho que uma das melhores experiências com obras audiovisuais (e com a arte em geral) é a surpresa positiva gerada após baixas expectativas. Quando você não dá nada por algo e, no fim das contas, a conexão ocorre de forma espontânea e intensa, seja empática, seja sensorial. O famoso “queimar a língua”. Assim foi o caso de Ranking of Kings.

A série de fantasia estilo medieval apresenta o príncipe Bojji, um jovem com deficiência auditiva e de fala que não herdou a força física de seu pai, o gigante Rei Bosse, um dos líderes mais respeitados no reino. 

Com a ajuda da sombra Kage, Bojji sai em uma jornada para desenvolver suas habilidades e provar que consegue assumir o trono ao invés de seu irmão mais novo, Daida, que tem o apoio da corte e da rainha Hilling, sua mãe. 

Desarme emocional

A abordagem tão frontal do desprezo sofrido por Kage e Bojji é sensível demais. Em poucos episódios, a obra já te pega no lado emocional de um jeito que não tem outra alternativa a não ser torcer por eles. 

Ambos sempre foram alvos de preconceito: Bojji pelas deficiências físicas, que rendem ainda mais comentários maldosos ele por ser da realeza, e Kage por ser do Clã das Sombras, conhecidos como ladrões e assassinos profissionais, explorados e menosprezados pela população. 

A cena abaixo, logo no 2º episódio, estabelece que a amizade dos dois e o apoio mútuo diante das adversidades é um inesperado presente em suas vidas. Acostumados a suprimir a tristeza, os personagens agora têm um objetivo comum de sobrepor as imagens criadas pelos outros.

Não julgue pelo traço

Não cometam o mesmo erro que eu ao protelar criar coragem de dar play por conta do traço infantil do anime. Esse estilo “simples” de forma alguma é empecilho, visto que o estúdio Wit utiliza de efeitos parecidos com uma câmera olho de peixe e explora a profundidade do 2D com um dinamismo inesperado. 

Realmente são poucas as lutas no começo, porém, a paciência é recompensada nos capítulos finais. Além de que uma boa obra não se sustenta apenas com técnicas de animação de última geração sem uma história minimamente interessante – a exemplo de Chainsaw Man.

Manejo de tempo

Outro fator que eleva o nível de Ranking of Kings é o excelente controle da direção no tempo para as devidas circunstâncias. Os flashbacks não tomam conta de capítulos inteiros como em vários animes. 

Na maior parte, 5 minutos são suficientes para embasar os comportamentos de certos personagens. E praticamente ninguém aqui é pouco desenvolvido. Há sempre um momento para entendermos a estrutura que levou cada figura para determinada sequência, sem perder o ritmo principal, mantendo uma linearidade firme entre os 23 capítulos.

Bojji pode não ser o mais poderoso ou experiente protagonista, mas é exemplo de força de vontade e de compaixão diante de uma sociedade maldosa que ri dele pelas costas e na sua frente. Até os corações mais gelados criam empatia ao longo da série.

Se tudo isso não lhe convenceu a dar uma chance ao anime, então deixo a 2ª abertura abaixo, uma que eu ouvia quase todo dia antes mesmo de assistir a obra, de tão incrível que é.