Chainsaw Man (2022 – ) é um anime que vem rendendo discussões negativas e atitudes deploráveis de parte da fanbase desde antes de seu lançamento, com um mangá já muito popular. Essas atitudes transvestidas de “defesa de fãs” parecem, de muitas formas, apenas destilação de ódio.
Vamos entender abaixo as principais polêmicas da obra e porquê ela é tão superestimada.
O protagonista
A história de Chainsaw Man gira em torno se Denji, um jovem que vive de bicos para quitar a dívida de seu pai para a Yakuza, e que vive com um demônio, que ele julga indefeso, para ajudá-lo. Até que a coisa sai do controle, e ao ser possuído por seu ajudante, ele se torna um híbrido com nome de Chainsaw Man.
Após a confusão, eis que surge um grupo de agentes do governo, cuja principal missão é o extermínio de demônios e mestiços. Sem opção, Denji se torna parte da equipe liderada por Makima, uma jovem que promete, em troca de sua cooperação, tudo o que ele mais deseja: seu desejo sexual satisfeito.
Agora, você não leu errado. A maior motivação do protagonista é sua atração por seios e por sua chefe. O que o torna um personagem fútil, burro e sem carisma algum, feito para que um grupo de pessoas específicas se projete na obra.
Pouco inventivo
Além das motivações, no mínimo questionáveis, de seus personagens, o anime produz uma sensação de não trazer nada de inovador em sua história.
Humanos que podem usar poderes de demônios por meio de pactos, com o protagonista literalmente se transformando em um, um coadjuvante misterioso, uma equipe desordenada que procura pedaços do corpo do demônio-vilão… Parece familiar?
Se você lembrou de Jujutsu Kaisen (2018 – ), não foi por acaso. O mangá de Chainsaw Man começou a ser publicado meses depois, ainda em 2018, e sua trama é quase uma cópia dele. O próprio Jujutsu não é grande coisa, visto que parece uma cópia de Naruto (1999-2014), então Chainsaw é um requentado com menos charme.
A única qualidade do anime seria o nível da animação feita pelo estúdio MAPPA, o mesmo de seu “primo”, e ainda assim não chega ao mesmo patamar, nem no aspecto visual, nem no sonoro. No final das contas, é uma produção superestimada.
Grupos de ódio
Você já deve ter ouvido falar de um grupo de pessoas que se denomina incel. Seguindo uma tradução livre, o nome vem de uma gíria para “Celibatos Involuntários”. Ou seja, seriam indivíduos que desejam ter um relacionamento romântico, e principalmente sexual, com alguém, mas que por razões terceiras, não conseguem (parece familiar?).
Os indivíduos desse grupo, que surgiu originalmente na internet, são, em sua maioria, pessoas do gênero masculino, heterossexuais, misóginas, violentas e racistas. Os incels estão listados junto a outros grupos de ódio.
Um dos maiores exemplos da presença desse grupo entre os fãs de Chainsaw Man, além do seu protagonista – que justifica suas atitudes apenas como alguém “manipulado” por uma mulher -, mas justamente as personagens femininas, que são hostilizadas e frequentemente degradadas apenas por serem mulheres.
Power, Makima e Himeno são limitadas, pelos incels, a mulheres que têm como maiores objetivos manipular e objetificar os homens. É esquecido completamente que essas são as personagens mais inteligentes, fortes e empáticas da história.
Traduções e ameaças
Outro fator que torna o público incel de Chainsaw Man problemático, é quando eles se tornam violentos para além do virtual. O dublador Guilherme Briggs (Super-Homem, Mewtwo) é um dos exemplos mais recentes disso.
Briggs decidiu sair da dublagem do anime, após sofrer ataques virtuais em suas contas nas redes sociais por hackers, além de comentários inapropriados, e até mesmo ameaças de morte. Isso tudo por conta da alteração de uma frase no roteiro do anime, que optou por não seguir a tradução não-oficial do mangá que corria aqui pelo Brasil.
Responsáveis pela distribuição de Chainsaw Man no Brasil, a equipe da Crunchyroll soltou uma nota não apenas defendendo Briggs, como condenando a atitude dos incels.
Com isso, se faz necessário apontar que o anime por si só não tem nenhum objetivo degradante, mas que se torna problemático devido a um grupo de ódio que insiste em trazer simbolismos desnecessários e violentos.