Pluto: um mangá para descobrir e amar o universo robótico

25/01/2018 - POSTADO POR EM Animes / Mangás

Em Dezembro de 2017, a editora Panini lançou um mangá há muito tempo aguardado pelos fãs brasileiros dessa arte japonesa: “Pluto”, uma obra prima de Naoki Urasawa (autor de “Monster” – 2004 – e “20th Century Boys” – 2008) e seu assistente Takashi Nagasaki, sob a supervisão do filho de Osamu Tezuka, Macoto Tezka.

Aí você pode se perguntar: “Mas o que o filho do Osamu Tezuka, tem a ver com uma produção do Naoki Urasawa?”. A resposta é simples: Isso se deve ao fato de “Pluto” ser inspirado em um dos maiores clássicos do mestre Tezuka, “Astro Boy” (1952), em seu arco “O Maior Robô da Terra”, e precisaria da autorização da Tezuka Productions, empresa que detém os direitos da obra de Tezuka.

A Tezuka Productions aprovou e autorizou a produção de “Pluto”, presenteando assim, a todos os amantes de mangás, com a oportunidade de conhecer um dos melhores quadrinhos nipônicos de todos os tempos.

Enredo

“Pluto” tem sua história ambientada em um futuro onde humanos e robôs convivem juntos e podem desempenhar as mesmas atividades. O protagonista, Gesicht, um robô agente da Europol, foi designado para investigar dois crimes com semelhanças entre si: O primeiro, a destruição do robô Mont Blanc, e o segundo, o assassinato de um humano, membro da diretoria da sociedade protetora dos direitos dos robôs.

Devido às semelhanças entre os dois crimes (as vítimas foram encontradas com objetos simulando chifres em suas cabeças) Gesicht suspeita que haja alguma ligação entre eles e teme que outros robôs poderosos, possam ser as próximas vítimas. A partir daí, inicia-se uma investigação para encontrar o responsável por esses crimes, além de alertar outros robôs da possibilidade deles serem atacados. É nesse ponto que Gesitch encontra robôs como Brando, um lutador que já venceu 936 lutas e nunca foi derrotado no ringue, e o pequeno, mas muito poderoso, Atom, ou, como ele ficou conhecido, Astro Boy.

Enquanto realiza a investigação desses crimes, Gesitch ainda tem que lidar com seus problemas pessoais, como o cansaço que vem sentindo, com o fato de querer dar mais atenção para sua esposa (isso mesmo, robôs também se casam), além do incômodo que ele vem sentindo por sonhar (isso! no universo criado por Urasawa, e por Tezuka antes dele, os robôs de Inteligência Artificial também sonham) repetidas vezes com a mesma coisa: uma estrada, um barulho como se fosse de uma pancada e sangue respingando no chão.

“Pluto” tem um traço e um teor muito mais adulto que o da criação de Tezuka, chegando a tratar de assuntos mais profundos como sonho e realidade, trazendo até mesmo uma citação do pai da psicanálise, Freud, e de uma das leis da robótica, criadas por Isaac Asimov.

Foto: Divulgação

Veredito

“Pluto” é uma verdadeira peça de arte e um brinde a todos os amantes dos mangás, um trabalho que merece ser lido e relido, além de guardado como um verdadeiro troféu na estante. É uma obra que obteve imenso destaque em diversas premiações, chegando a ganhar vários prêmios, como o “Tezuka Osamu Cultural Price”; o Seiun Awards etc.

Para quem não conhece nada sobre o universo dos mangás, essa é uma excelente oportunidade de começar a adentrar nesse mundo tão encantador, pois nada melhor do que iniciar com uma obra intensa como essa, cheia de suspense, intrigas e dramas, e que é uma verdadeira homenagem ao “deus do mangá”, Osamu Tezuka. Já para quem conhece a fundo essa arte e, assim como eu, estava ansioso aguardando a publicação de “Pluto” aqui no Brasil, chegou a hora de deleitar-se com essa maravilha. Um item indispensável para todos os amantes dos quadrinhos da terra do sol nascente.

Foto: Divulgação

Informações técnicas

A Panini divulgou que “Pluto” será lançado bimestralmente; com oito volumes no total, conforme a edição japonesa; em formato 13,7 x 20 cm; miolo em papel offset, contendo 200 páginas, algumas delas coloridas; capa cartonada, com orelhas; e custando somente R$ 18,90 cada edição. Uma obra-prima tanto pelo conteúdo, quanto pela qualidade do selo “Planet Mangá”. Vale muito a pena!

Foto: Divulgação