Na última semana, 16 de agosto, estreou nos cinemas o filme “Christopher Robin – Um Reencontro Inesquecível”, que traz de volta o ursinho Pooh (pra mim sempre será ‘Puff’) e a sua turma em um live-action cheio de emoção e nostalgia. A gente assistiu e conta aqui tudo o que achou dessa nova aposta da Disney.

O reencontro com a fantasia

A introdução do filme dá-se como num passar de capítulos de um livro. Nessa primeira parte, o protagonista ainda é um menino e visita o Bosque dos 100 Acres para uma cerimônia de despedida, pois logo ingressará em um internato, a desejo de seu pai. Em seguida, são apresentados todos os momentos-chave da sua difícil transição até chegar à vida adulta, que é o grande foco da história.

Agora, casado com Evelyn (Hayley Atwell), com quem tem uma filha, Madeline (Bronte Carmichael), Christopher Robin (Ewan McGregor) não é nada parecido com que já foi quando menino. Tornou-se um homem de negócios austero e amargurado que dedica a maior parte do seu tempo ao trabalho, sendo gerente numa fábrica de malas de viagem em crise, esquecendo-se, por muitas vezes, de sua família.

Porém, tudo começa a mudar quando o inglês reencontra Pooh numa ocasião inesperada. O seu velho amigo lhe pede ajuda para procurar os companheiros que haviam desaparecido. Depois de relutar, Robin decide voltar com o urso ao bosque que fora um ambiente tão recorrente durante sua infância, e rende-se ao espírito que ficou perdido com o passar dos anos longe do local.

Visual dramático e sóbrio

Diferente do desenho animado que é cheio de vida, com cores quentes, o filme tem um ar mais melancólico ao apostar numa paleta de cores em tons pastéis, retratando tanto uma Londres que passa por um momento de dificuldades econômicas após a Segunda Guerra Mundial e, do outro lado, um Bosque cheio de tranquilidade e bucolismo. Até a comida preferida de Pooh, o mel, tem uma cor desbotada. À primeira vista, a aparência dos personagens não-humanos é de bichinhos de pelúcia um tanto maltrapilhos e que beiram ao tenebroso. Isso pode causar uma estranheza inicial, que rapidamente se transforma em familiaridade pela forma graciosa como eles se comportam e interagem, dentro de suas peculiares personalidades.

Pooh e seus amigos!

Pooh, Tigrão, Ió, Leitão, Corujão, Coelho, Can e Guru continuam a fazer a mesma baderna de sempre, trazendo o alívio cômico para a história, ajudando a equilibrar com o tom sério do filme, com a intenção de gerar interesse tanto para o público adulto quanto o infantil. Além disso eles trazem uma lição muito importante, confrontando Robin de forma sutil sobre que realmente importa na vida, por meio de frases bastante provocativas.

Veredito

O filme tem uma introdução e final simplórios, dignos de Sessão da Tarde. A resolução do infortúnio em que a personagem de McGregor se encontra é apressada e preguiçosa, pois surge simplesmente ao acaso. Ainda, as insinuações indiscretas do vizinho para Christopher não trazem nada de relevante para a história, nem como um alívio cômico.

Apesar disso, tudo funciona bem e não há desmerecimento ao que a obra deseja apresentar nos cinemas. Além de mostrar o vínculo forte existente entre Pooh e Christopher, o longa aponta provocativamente os conflitos sobre o que realmente importa para o protagonista, como o valor que dá ao trabalho e à família, trazendo reflexões com as frases de efeito lançadas nos diálogos. É como um balde de água fria nas nossas cabeças, é impossível não deixar cair pelo menos uma lágrima. (#Demms)

“Christopher Robin – Um Reencontro Inesquecível” merece ser prestigiado pois o enredo é capaz de transmitir uma sensação gostosa de aconchego durante e depois que o filme termina. Isso acontece principalmente com quem passou a infância assistindo ao desenho animado na década de 1990 e que agora, é adulto como o mocinho, chegando a se reconhecer numa situação parecida com a retratada na obra.