Após 36 anos, a comédia dos anos 80 Os Fantasmas se Divertem (1988) ganhou uma sequência direta, trazendo de volta os personagens icônicos de Michael Keaton e Winona Ryder.
Assistimos a Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice em uma sessão especial e vamos compartilhar nossas impressões. Acompanhe.
Enredo
Lydia Deetz (Winona Ryder) retorna à mansão onde cresceu em Winter River para o funeral de seu pai. Acompanhada por sua madrasta, Delia Deetz (Catherine O’Hara), e pelo namorado, Lydia não só enfrenta o luto, mas também a frieza de sua filha, Astrid (Jenna Ortega), que não acredita nos dons psíquicos da mãe.
Como se não bastasse tudo isso, Beetlejuice (Michael Keaton) reaparece para assombrar Lydia, ainda fixado na ideia de torná-la sua esposa.
Um pouco de caos
Os Fantasmas Ainda se Divertem é um filme que agrada bastante os fãs do original, trazendo um ar nostálgico dos anos 80. Sua narrativa é lotada de referências ao primeiro, inclusive sendo tão caótico como o anterior.
No entanto, o roteiro às vezes torna os eventos previsíveis, revelando detalhes de algo que, provavelmente, deveria funcionar como um plot twist. Porém, o universo criado por Tim Burton é tão bizarro, que se torna muito interessante de acompanhar e não deixa o longa monótono.
O filme conta com diversas subtramas que, embora pareçam desconectadas a princípio, se unem de maneira simples, mas eficaz, garantindo uma boa diversão. Falta, no entanto, um número musical tão emblemático quanto o do primeiro, que até hoje é lembrado não só pelos fãs, mas na cultura pop.
A loucura que deu certo
O roteiro caótico de Os Fantasmas se Divertem (1988) resultou em uma comédia única, marcada pela mistura entre o macabro e o humor, além de um visual inconfundível. O longa, feito com um orçamento modesto de 15 milhões de dólares, dos quais 1 milhão foi destinado apenas aos efeitos visuais, ainda é um dos mais lembrados de Tim Burton até hoje.
A sequência mantém essa fórmula, com o diretor optando por usar os mesmos efeitos especiais práticos que deram vida ao primeiro filme. “Era importante para o espírito do filme que todos entrassem no set e se sentissem realmente presentes. Isso tornou o filme mais emocionante, pessoal e divertido”, comentou ele em uma coletiva de imprensa.
Os efeitos visuais são um destaque, o que garante a imersão do público na aura oitentista do projeto. Os detalhes de maquiagem e de caracterização são sempre bem feitos em filmes dirigidos por Burton, mas aqui eles conseguem sair fora da curva, superando outras produções do diretor.
Veredito
Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice é uma boa sequência, especialmente para quem cresceu com o primeiro filme. Entretanto, ele peca ao misturar muitas subtramas, o que resulta em soluções previsíveis e superficiais. Falta coesão no roteiro, mas, surpreendentemente, o filme ainda consegue divertir o público.
O papel de Lydia é exatamente como imaginávamos que seria quando aquela adolescente crescesse. Com uma personalidade forte, mas que carrega uma ingenuidade e opiniões de sua juventude, agora moldadas pela maturidade. Winona revive o papel com maestria.
Catherine O’Hara também volta com um timing cômico excelente, tendo mais espaço para brilhar aqui do que no longa anterior. Keaton é outro que está a vontade no papel, exibindo aquela loucura típica de Beetlejuice. Já Jenna Ortega, embora tenha menos espaço devido ao potencial cômico mais limitado de sua personagem, ainda assim se destaca, mostrando boa química com o restante do elenco.
Pontos positivos:
- Efeitos práticos que mantêm a essência oitentista
- Roteiro divertido
- Atuação excelente de Winona Ryder
- Nostalgia bem executada
Pontos negativos:
- Excesso de subtramas
- Soluções óbvias de roteiro
NOTA: 8,5/10