Veredito de O Mundo Sombrio de Sabrina – Parte 4

03/01/2021 - POSTADO POR EM Séries

O Mundo Sombrio de Sabrina – Parte 4 chegou oficialmente no último dia de 2020 na Netflix. A tão aguardada última parte da saga da nossa bruxa/rainha do inferno preferida veio como um presente de boas-vindas a 2021 para os seus fãs. Nós já assistimos ao final da série, e a seguir iremos lhes dizer tudo o que achamos dessa conclusão.

ATENÇÃO! O TEXTO A SEGUIR TEM SPOILERS DE O MUNDO SOMBRIO DE SABRINA.

Vivendo consigo mesma

A última parte do seriado começa exatamente onde a última acabou, com Sabrina Spellman (Kiernan Shipka) e seus amigos de volta à normalidade do mundo humano. Enquanto isso, a outra Sabrina (chamada no seriado de Estrela da Manhã para evitar confusões) reina sobre o Inferno com seu pai, Lúcifer (Luke Cook), ao seu lado.

Tudo parece tão normal que Sabrina fica um tanto entediada. Até que subitamente tudo muda quando ela é alertada por seu primo Ambrose (Chance Perdomo) de que a Escuridão foi liberta em Greendale, e que é apenas um dos Terrores Sobrenaturais, ameaças criadas a partir do Vazio, que estão por vir.

Focada em impedir que a Escuridão avance, Sabrina pede ajuda à Estrela do Manhã (sua cópia) para combater esse mal. E mesmo que elas tenham conseguido deter esse primeiro Terror, e achando conforto uma na outra, a proximidade de ambas só faz com que o caos reine. O que dá início a uma série de eventos previstos pelo próprio Padre Blackwood (Richard Coyle), que induz os demais Terrores Sobrenaturais a atacar.

Imagem: Divulgação

Um roteiro dentro da peneira

Desde o início, a série não foi feita com o intuito de gerar uma história precisa e consistente, seguindo o mesmo ideal de sua “irmã” Riverdale, que se baseia nos quadrinhos do Archie e são feitos através de (basicamente) contos. O Mundo Sombrio de Sabrina possui um início e fim para seguir no roteiro, mas o meio pode ser bem livre a interpretação, o que faz muitos furos acontecerem, com cenas que se iniciam e terminam apenas para “cobrir espaço” de tela. E, infelizmente, com essa última parte, não foi diferente.

A história cria personagens muito poderosos, apenas para lhes dar resultados pouco criativos, mas de fácil acesso, se necessário. Como é o caso de Lúcifer, que se torna até um pouco cômico nessa quarta parte, ou Caliban (Sam Corlett), ou até mesmo o próprio Inferno, que de início era um lugar de difícil acesso e sombrio, mas agora não há qualquer trauma ou sentimentos negativos em torno disso.

Há também relacionamentos novos que levantam vários questionamentos sobre os motivos de existirem, já que não há qualquer tipo de evolução na narrativa para aquilo. Como por exemplo, a tentativa de achar um novo namorado para Sabrina, pois ela mesma chega à conclusão (duas vezes) de que deveria dar um tempo nas relações amorosas.

Ou até mesmo a Estrela da Manhã com Caliban, que na temporada anterior a tentou matar inúmeras vezes. Além do namoro entre Tia Zelda (Miranda Otto) e Mambo Marie (Skye P. Marshall), que na verdade é um deus dos mortos africano (outra narrativa que poderia ter sido bem diferente, mas que encontrou um beco sem saída).

E por fim, o roteiro tenta nos fazer, de maneira bem falha, acreditar que Sabrina ainda está dividida entre Harvey (Ross Lynch) e Nick (Gavin Leatherwood), enquanto é deixado claro que Harvey não olha duas vezes para a bruxa, já que ele e Ross (Jaz Sinclair) estão em um relacionamento sólido.

Imagem: Divulgação

O caminho até o beco sem saída é bonito, aproveite

Mais becos são encontrados no decorrer da temporada, mas nem sempre quer dizer que são chatos e/ou irritantes, alguns são bastante interessantes e bem bolados, como o caso dos Terrores Sobrenaturais: o Eterno e o Perverso.

Enquanto, o Perverso faz uma alusão à Caça às Bruxas, ao preconceito, aos Nazistas e à importância do contexto, em o Eterno nós temos, finalmente, o episódio com as tias originais do seriado dos anos 90, e com o Salem falante. Um baita fan service para aqueles que se recordam da primeira série da bruxinha.

Imagem: Divulgação

Veredito 

Mas não são apenas esses pontos que podem ser destacados, cada episódio tem sim seu lado positivo, mesmo com seus furos. O Mundo Sombrio de Sabrina acaba sendo um ótimo passatempo para aqueles que desejam uma série divertida e jovem, sem qualquer pretensão de profundidade real.

O seu final deixa bastante perguntas, e a sua última cena pode deixar quem assiste incomodado. Se você é daqueles que gostam de um fim fechado, talvez essa série possa te deixar com uma pulga atrás da orelha… Afinal: O que aconteceu com Lúcifer? E Caliban? E o presente que o deus havia dado para Tia Zelda? Poderíamos saber mais sobre o reino das Fadas? Parece que jamais saberemos.

Pontos positivos

  • Salem Tradicional e outros fan services
  • Humor leve
  • Falas e contexto atual

Pontos negativos

  • Muitos furos no roteiro
  • Becos sem saída da narrativa

NOTA: 7,3