Kaos é uma nova série da Netflix produzida pela ALL3Media, responsável pela distribuição de The Circle Brasil e Penny Dreadful. Anunciada em 2018, a série foi produzida pelo mesmo criador de The End of the Fucking World, Charlie Covell. Nós assistimos todos os oito episódios da primeira temporada, e trazemos a seguir o veredito.
Profecias
E se o politeísmo grego nunca tivesse acabado? E se a mitologia que conhecemos da Grécia estivesse acontecendo nos dias atuais? Kaos traz essa ideia à vida e responde algumas dessas perguntas.
Buscando explorar a pior versão dos mitos gregos mais conhecidos, a série é narrada por Prometeus (Stephen Dillane), que amarrado ao maior monte do mundo, consegue ver as ações dos mortais, enquanto seu fígado é devorado todos os dias como punição de Zeus (Jeff Goldblum). Falando nele, o Deus líder e do trovão está entrando em uma perigosa crise de meia idade graças a uma profecia.
Enquanto Zeus está focado em não deixar nada de ruim acontecer com ele, outros três mortais não possuem a mesma disposição. Euridice (Aurora Perrineau), Caeneus (Mísia Butler) e Ariadne (Leila Fazard) possuem mais do que Creta como um lar em comum. Todos os três dividem a mesma profecia que o rei do Olimpo: Quando uma nova linhagem aparecer, a família vai desaparecer, e então, haverá Kaos.
Ambientação e Roteiro
Kaos possui, além de um elenco fantástico, um roteiro incrível, que consegue, de forma muito bem feita, trazer entretenimento, curiosidades e coerência em sua primeira temporada. Em meio a mitologias contadas de diversas formas, a série busca ficar o mais próximo da realidade possível enquanto mantém o fantástico como sua principal base – o que fortalece a ambientação em que a história acontece.
Profecias, superstições, deuses, magia… Tudo isso está em Kaos, mas traduzido de forma realista e, muitas vezes, literal, como é o caso de personagens como o Minotauro, que deveria ser um híbrido de animal e homem. Traduzido para a série, temos um homem com pouquíssimo contato humano, que lida com fortes efeitos colaterais. Os elementos mais macabros da mitologia também estão presentes em Kaos, apresentando todos os lados mais humanos e sombrios dos personagens, independente de sua origem.
Um Filho
Se Deus Americanos e Percy Jackson tivessem tido um filho, com certeza Kaos seria o seu padrinho. Com cortes e direção muito semelhantes aos das outras séries, esse lançamento da Netflix não tenta reinventar a roda, mas ganha muitos pontos na questão técnica e criativa do roteiro – além de uma ótima trilha sonora.
Os problemas da série toda podem ser resumidos na questão da continuidade, quando precisamos constantemente ser lembrados do que está acontecendo (papel é quase exclusivo de Prometeus), e em algumas piadas muito elaboradas, que podem deixar o público mais confuso do que entretido.
A segunda temporada ainda não foi confirmada, mas com o final da primeira, é quase que obrigatório alguém enfiar o bom senso na Netflix para que ela continue a série.
Pontos Positivos
- Roteiro criativo
- Atuação
- Trilha Sonora
Pontos Negativos
- Problemas de continuidade
- Humor de difícil acesso
Nota: 9