Conheça os personagens do folclore de Cidade Invisível

27/03/2023 - POSTADO POR EM Séries

A série Cidade Invisível, da Netflix, mostra lendas do folclore brasileiro vivendo nosso cotidiano e enfrentando ameaças. No entanto, algumas pessoas não conheciam todos os personagens. Por isso, fizemos uma lista para explicar quem é quem. Confira!

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Personagens da 1ª temporada

Muitas lendas folclóricas deram as caras na primeira temporada da série. Veja só:

Tutu Marambá

Comum em diversas regiões do país, o Tutu é muito associado ao bicho-papão, sendo mencionado em canções de ninar para fazer as crianças dormirem, do contrário a entidade irá devorá-las. Descrito como um monstro negro sem características físicas definidas, mas de grande força, ele é conhecido por diferentes nomes ao redor do Brasil, como Tutu-Zambê, Tutu-Cambê, Tutu-Marambaia, Tutu-do-Mato, entre outros.

A forma que vimos em Cidade Invisível faz parte de uma variação da lenda que veio da Bahia, caracterizando a entidade como um porco-do-mato. A história do Tutu surgiu após a colonização do Brasil, mas também tem influências africanas, tendo em vista que o nome desse monstro se originou de uma palavra oriunda da Angola: “quitutu”, cujo significado é “ogro” ou “papão”.

Imagem: Divulgação

Cuca

Conhecida no imaginário popular brasileira por ter uma forma de jacaré, a Cuca se popularizou entre as crianças por conta do livro O Saci, de Monteiro Lobato. No entanto, a sua história veio da Europa e apareceu no Brasil após a colonização. Originalmente conhecida como Coca, essa entidade era um fantasma ou um dragão comedor de crianças desobedientes, que ficava à espreita nos telhados das casas, e as raptava depois de fazerem alguma malcriação.

Quando veio para o Brasil, a Cuca assumiu o papel de bruxa. Vive na floresta e pode se transformar em outros seres. Em Cidade Invisível, ela vira uma borboleta, mas também poderia ser um dragão ou jacaré, já que tem poderes mágicos. 

Imagem: Divulgação

Saci-pererê

Muito conhecido no folclore brasileiro e de outro países da América Latina, o Saci é descrito como um menino pequeno, sem nenhum tipo de pelo no corpo, que usa um gorro vermelho e fuma com frequência no seu cachimbo. Além disso ele possui apenas uma perna e, por isso, locomove-se saltitando.

O Saci-pererê é um ser muito agitado e, por isso, está frequentemente realizando alguma molecagem nos locais em que passa. Fazem parte das suas traquinagens mais comuns: sumir com objetos, assustar cavalos, importunar viajantes, apagar fogueiras e lamparinas, azedar comidas e danificar carroças.

Imagem: Divulgação

Boto cor-de-rosa 

Muito conhecida no Norte do país, a lenda do Boto cor-de-rosa fala que esse animal pode tomar a aparência de um homem bonito, usando roupas brancas e que aparece nas festas de Santo Antônio, São Pedro e São João a fim de seduzir mulheres.

Uma vez que o Boto seduz uma mulher, ele a leva para a beira do rio e deita-se com ela. Dessa relação, a moça acaba engravidando, mas é abandonada pelo seu amante, que, no fim da noite, retorna para o rio e nunca mais é visto. A lenda se popularizou para justificar casos de abuso ou abandono parental, assim, quando a mãe não sabia ou falava sobre o pai da criança dizia-se que era filho do Boto.

Imagem: Divulgação

Curupira

Conhecida lenda indígena, o Curupira é um ser da floresta que atua como seu guardião contra todos aqueles que procuram destruí-la. A lenda o retrata como um homem pequeno, com cabelos de fogo e pés posicionados ao contrário, com os calcanhares para frente. 

O Curupira cumpre o papel de guardião das florestas e pune aqueles que vão destruí-la por prazer. Assim, os que caçam ou derrubam árvores para garantir sua própria sobrevivência não são punidos por ele. De toda maneira, para prevenir-se, os indígenas ofertavam presentes a esse protetor, tais como flechas, penas, fumo e etc.

Imagem: Divulgação

Corpo-Seco 

Popular no Sul e Sudeste do Brasil, a lenda do Corpo-Seco diz que ele é uma entidade que foi uma pessoa tão ruim em vida, cometeu tantos pecados, que, ao morrer, nem o Céu ou o Inferno quiseram sua alma. A terra também não o aceitou, e ele foi “expulso” de sua cova.

Dessa forma, o Corpo-Seco vaga pela terra como um morto-vivo, com seu corpo ressecado e de unhas e cabelos enormes, aterrorizando os vivos por onde quer que passe.

Imagem: Divulgação

Iara

A lenda da Mãe D’água é muito conhecida em todo o Brasil, sendo mais forte na região Norte do país. Ela fala de uma mulher metade peixe que mora no fundo do rio, possuindo grande riqueza e beleza. A Iara usa sua bela aparência e voz para atrair os homens, sumindo com eles depois.

De acordo com a lenda indígena, Iara era a habilidosa filha de um pajé, que despertou a inveja em seus irmãos. Eles se uniram para matá-la, mas ela ganhou a luta e os matou. O pai enfureceu-se com a jovem, lançando-a ao rio, porém a moça foi salva pelos peixes e acabou por assumir sua forma de sereia. No idioma tupi, o termo “Iara” significa “senhora das águas”.

Imagem: Divulgação

Personagens da 2ª temporada

O novo ano de Cidade Invisível, apesar de ter trazido de volta a Cuca (Alessandra Negrini), apresentou novas entidades ao público. Veja quais foram.

Matinta Perera

Lenda popular no Norte do país, a Matinta Perera (ou Pereira) é uma velha bruxa capaz de se transformar em um pássaro agourento, muitas vezes uma coruja, todas as noites. Ela, então, pousa na casa de alguém e começa a assobiar até que o morador do local a prometa algo. No outro dia, ela retorna em forma humana para cobrar o que lhe foi prometido e, caso não seja atendida, amaldiçoa todos os membros da família.

O folclore também conta que quando Matinta está perto de sua morte, ela pergunta: “Quem quer? quem quer?”, sem anunciar exatamente do quê está falando. No entanto, caso alguém responda “Eu quero” irá receber a a maldição de Matinta Perera, sendo assim a nova pessoa a se transformar todas as noites.

Imagem: Divulgação

Mula sem Cabeça

Lenda presente não só no Brasil, mas em diversos países da América Latina, sua história afirma que toda mulher que mantivesse ligações amorosas com um padre, seria castigada e transformada na mula. O encantamento aconteceria nas noites de quinta-feira, quando a mulher era transformada em mula sem cabeça. Após isso ela corre em disparada pelas matas e pelos campos, despedaçando os animais e as pessoas que surgissem em sua frente, voltando ao normal apenas no terceiro cantar do galo.

Para acabar com a maldição diz a lenda que alguém deveria arrancar os freios da mula ou furá-la com algum objeto pontiagudo a fim de tirar-lhe sangue, mesmo que fosse apenas uma gota. O encantamento também acabaria caso seu amante a amaldiçoasse sete vezes antes de celebrar as missas.

Imagem: Divulgação

Lobisomem

Presente no folclore de diversos povos, como gregos, romanos, eslavos e outros, a lenda do lobisomem no Brasil é contada em todas as regiões do país. A crença mais popular diz que o sétimo filho de um casal que só teve filhas mulheres será amaldiçoado a virar essa fera. Isso deve acontecer quando o garoto completar 13 anos, se manifestando em uma terça-feira ou sexta-feira e com o amaldiçoado permanecendo na forma de lobo da meia-noite até às duas horas da madrugada.

A lenda fala que só tem uma forma de parar o lobisomem: uma bala de prata no coração. Outras versões acreditam também que qualquer objeto cortante – desde que feito de prata – pode matá-lo. Além disso, a maldição do lobisomem pode ser transferida de pai para filho e ainda para aqueles que forem mordidos pela fera.

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Cobra Norato e Maria Caninana

Provinda do Pará, essa lenda fala sobre o casal de gêmeos Honorato e Maria, que são filhos da entidade Boiuna, a Cobra-Grande, com uma mãe indígena. Os irmãos podiam adquirir forma de serpentes e foram criados no rio, após crescerem passaram a ser conhecidos como Cobra Norato e Maria Caninana. Ambos tinha personalidades conflitantes, enquanto Honorato era bom e gostava dos humanos, sua irmã Maria preferia afundar barcos e ferir peixes.

Em certo momento os irmãos entraram em conflito, que terminou quando Cobra Norato matou Caninana. Após isso ele decidiu tornar-se humano de vez, mas para desfazer seu encantamento era necessário pingar três gotas de leite de mulher em sua boca e dar um golpe de cutelo de ferro virgem em sua cabeça. Todos tinham medo de sua forma de cobra, mas Honorato fez amizade com um soldado corajoso que cumpriu o ritual e o permitiu permanecer para sempre como homem.

Imagem: Divulgação

Zaori

Essa lenda é mais comum no Sul do país e diz que os Zaoris são homens que nasceram na Sexta-Feira Santa e, por isso, em vez de olhos comuns, possuem uma visão especial capaz de enxergar as riquezas da terra, como ouro, diamantes e outras pedras preciosas.

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