4 motivos para assistir A Maldição da Residência Hill

21/11/2018 - POSTADO POR EM Séries

O mais recente sucesso da Netflix é o terror “A Maldição da Residência Hill”, uma série inspirada no romance “A Assombração da Casa da Colina” (1959) da autora Shirley Jackson. Para o gênero, as mais de 10 horas da série podem parecer um exagero, mas o diretor Mike Flanagan (de “Ouija 2” [2016] e “Jogo Perigoso” [2017]) soube equilibrar com maestria momentos de extrema tensão com aqueles que reforçam o drama da família protagonista. Se você precisa de mais, te apresentamos aqui quatro motivos para não deixar de conferir a produção.

1) Terror bem construído

A série acontece em dois momentos: conhecemos a família Crain jovem, quando temos o pai, a mãe e seus cinco filhos mudando-se temporariamente para uma casa que eles pretendem reformar e vender. Depois há um salto no tempo e vemos o futuro desses indivíduos: as crianças já estão crescidas e cada uma lida de maneira diferente com os traumas que sofreram durante a temporada na Residência Hill.

A história da casa mal assombrada pode parecer um tema batido, mas que aqui é explorado muito bem. Não temos sucessões de jump scares, em vez disso cria-se um avanço gradual na tensão, ou apenas a insinuação de que tem algo errado. Diversas matérias saídas depois do lançamento da série mostram a quantidade de fantasmas colocados no segundo plano de diversas cenas. Um clima pesado e obscuro permeia todo o desenrolar da narrativa e você não será assustado de maneiras muito óbvias.

Foto: Divulgação

2) Drama familiar como protagonista

Todo o background de terror que a série se propõe a criar é na verdade um dos impulsionadores para os diversos problemas que rodeiam a vida dos Crain. Mesmo passados anos da temporada que eles viveram dentro da Residência Hill, convivendo com todo tipo de eventos estranhos, os filhos nunca deixaram de se sentir afetados, por mais que tentem negar a todo custo.

Para ilustrar esse argumento basta ver a maneira como, depois de adultos, cada um deles lidou de maneira diferente com o que aconteceu. Por exemplo, o mais velho, Steven (Michiel Huisman), se tornou escritor de histórias de fantasmas, porém ele deixa bem claro o quanto não acredita sobre aquilo que escreve, desmentindo supostos casos de aparições quando se depara com algum. Já sua irmã Shirley (Elizabeth Reaser) tornou-se dona de uma funerária, ela agora lida com morte e luto todos os dias, se recusando a ceder ao medo do sobrenatural.

Foto: Divulgação

3) Personagens carismáticos

Um ponto muito positivo da série é a maneira como tanto o núcleo do passado como do presente conseguem ser cativantes, eles se interligam de maneira a fazer você acreditar que a garotinha doce poderia se tornar alguém com problemas psicológicos e o seu irmão extremamente amigável viria a ser um cara perdido no seu próprio mundo.

Há um conflito muito claro entre a união que a família apresentava antigamente e o afastamento que surgiu no futuro, especialmente no que diz respeito ao pai. Outro fator que contribui para essa aproximação com os personagens é o fato de haverem episódios específicos para contar as experiências de cada protagonista, facilitando a criação de empatia com eles.

O modo como a narrativa é desenvolvida também colabora bastante para a ligação entre períodos de tempo. Alternamos entre passado e presente continuamente e de forma complementar, para assim entendermos mais a vivência de cada um na casa e os motivos pelos quais eles agem de certa maneira. Assim um fato visto no primeiro episódio só pode ser entendido inteiramente lá no quinto; é como juntar peças de um quebra-cabeça e isso te deixa curioso para descobrir mais.

Foto: Divulgação

4) Cenários e filmagem que impressionam

Um dos motivos para o sucesso do clima de terror da produção é a construção dos cenários. A Residência Hill em si já é bem impressionante, como uma antiga e opulenta mansão ela conta com decoração requintada, belíssimos móveis clássicos, mas também estátuas que não dão a melhor das impressões quanto vistas no escuro. Os compartimentos secretos que as crianças vão descobrindo aumentam a aura de mistério ao redor da casa e criam cenas cheias de uma crescente sensação de perigo.

A série também apresenta alguns interessantes movimentos de câmera, que gosta de guiar o olhar do espectador de acordo com o que o personagem está vendo ou sentindo. Um episódio em especial usa tanto as crianças quanto suas versões adultas para ilustrar os sentimentos que o pai está vivenciando. A filmagem também revela ou esconde aquilo que ela quer, como por exemplo os fantasmas em segundo plano, eles não estão presentes para necessariamente agir, tampouco são o foco, mas aqueles que enxergarem terão uma surpresa a mais.

Foto: Divulgação