Análise de Shuffle Tactics

07/07/2025 - POSTADO POR EM Jogos

Disponível para PC (Steam), Shuffle Tactics é um daqueles jogos que chamam atenção de cara por sua proposta: misturar combates táticos com construção de baralho, em um sistema roguelike cheio de possibilidades. Desenvolvido pela Club Sandwich e publicado pela The Arcade Crew, ele entrega combates desafiadores e uma boa dose de personalização, mas tropeça em problemas técnicos e uma progressão que nem sempre recompensa o esforço do jogador.

Confira agora a nossa análise completa do jogo!

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Um reino corrompido pela escuridão

A história de Shuffle Tactics é bem direta: o Reino de Asteria está mergulhado em caos por conta de uma maldição chamada Glimmer, que corrompeu tudo ao seu redor. Cabe ao jogador, no papel de um herói solitário, atravessar seis regiões do mapa e enfrentar os perigos que surgem pelo caminho, com o objetivo de restaurar a ordem.

Apesar da premissa básica, o jogo não foca tanto no enredo, ele funciona mais como pano de fundo para justificar a aventura e os combates. Não espere grandes reviravoltas ou profundidade nos personagens: aqui, a ação e a estratégia são as verdadeiras protagonistas.

Estratégia, cartas e escolhas difíceis

A jogabilidade é o ponto mais marcante de Shuffle Tactics. O jogo mistura combate tático em mapas quadriculados com o uso de cartas que definem seus ataques, habilidades e efeitos especiais. Cada ação consome pontos de ação e a movimentação no campo exige planejamento cuidadoso. É o tipo de jogo que pune decisões apressadas.

Há uma boa variedade de cartas, com funções que vão de ataques simples a efeitos de status, como envenenamento ou empurrões. Amuletos também entram na equação, funcionando como modificadores que dão ainda mais camadas às cartas. Com o tempo, o jogador vai desbloqueando novas opções e montando baralhos que refletem seu estilo de jogo.

No entanto, a curva de aprendizado é bastante íngreme. O jogo não pega leve nem nas primeiras fases, e o sistema de progressão é lento. É preciso várias tentativas para começar a montar um deck eficiente, e a sensação de evolução demora a aparecer. Além disso, a IA dos inimigos é agressiva e exige que o jogador pense vários passos à frente, o que pode ser tanto empolgante quanto exaustivo.

Imagem de Shuffle Tactics

Visual charmoso, mas com limitações técnicas

Visualmente, Shuffle Tactics aposta em um estilo isométrico com traços cartunescos e bem definidos. O design dos personagens e cenários é simpático, com cores vivas e efeitos visuais claros, o que ajuda na leitura do combate.

No entanto, a câmera é um dos grandes pontos fracos. A visão isométrica fixa muitas vezes esconde partes importantes do campo de batalha por causa da topografia e de obstáculos no cenário. O jogo até oferece uma opção de visão superior para tentar compensar, mas ela traz novos problemas: personagens distorcidos, animações bugadas e dificuldade de navegação. Para um jogo onde precisão importa tanto, isso compromete seriamente a experiência.

Trilha sonora que cumpre o papel

A trilha sonora de Shuffle Tactics acompanha bem o ritmo da aventura. As músicas são discretas, mas eficazes, criando uma ambientação adequada para o clima de tensão e estratégia. Não são faixas memoráveis, mas cumprem bem a função de acompanhar o jogador sem distrair.

Os efeitos sonoros seguem a mesma linha: funcionais, com sons distintos para cada tipo de carta e ataque, o que ajuda a manter o ritmo das batalhas. É um trabalho de áudio competente, ainda que sem grandes destaques.

Imagem de Shuffle Tactics

Veredito

Shuffle Tactics tem um conceito interessante e oferece uma boa dose de estratégia e personalização para quem gosta de jogos com baralho e combate tático. A variedade de cartas e amuletos é um ponto forte, assim como a sensação de recompensa quando se monta um deck eficiente e vence uma batalha difícil.

Por outro lado, problemas técnicos, câmera mal posicionada e uma progressão arrastada pesam contra. O jogo exige muita paciência e dedicação para que suas qualidades apareçam, e nem todo jogador vai querer insistir até lá.

Pontos positivos:

  • Boa variedade de cartas e personalizações;
  • Combate tático interessante e desafiador;
  • Estilo visual carismático.

Pontos negativos:

  • Problemas de câmera afetam diretamente a jogabilidade;
  • Curva de aprendizado íngreme e punitiva;
  • Evolução lenta e repetitiva ao longo da campanha.

Nota final: 6.5/10