Recentemente o Ursinho Pooh e sua turma cairam em domínio público, tirando o monopólio da Disney e liberando o uso da imagem por qualquer empresa. Por conta disso, não demorou muito até que a suas imagens fossem usadas para criar um filme de terror chamado Ursinho Pooh: Sangue e Mel. Recebemos o convite para uma sessão especial da Califórnia Filmes e vamos contar nossas impressões.
Enredo
Depois que Christopher Robin (Nikolai Leon) cresceu e foi para a faculdade, Pooh e Leitão se sentiram abandonados pelo amigo no Bosque dos 100 Acres.
Com isso, a dupla decidiu se vingar de todos os humanos que encontrassem pela frente, pois se tornaram amargurados e furiosos.
Ideia curiosa, execução desastrosa
O filme tem um plot bem interessante: mostrar personagens infantil numa perspectiva slasher, infelizmente a ideia não foi bem sucedida. O roteiro é completamente bagunçado, sem nenhum nexo e coesão, assim como os diálogos. Além disso, os personagens são completamente chatos, o que nos faz torcer contra eles. E outro problema grande, que normalmente acompanha esse tipo de produção B de terror, está na sexualização extrema das mulheres.
A estética do filme é estranha, variando entre cenas escuras demais e outras com a luz estourada, o que causa um cansaço visual no espectador. A caracterização do Pooh e Leitão está tosca, não causa medo, mas sim risos quando prestamos atenção, ficando claro que não houve um cuidado para deixá-los críveis à realidade do enredo.
Origem
O Ursinho Pooh e sua turma foram criados em 1921 pelo escritor inglês Alan Alexander Milne. O personagem foi idealizado como uma homenagem ao filho do autor, Christopher Robin Milne, nome do único humano da história, que tinha um urso de pelúcia chamado Pooh. Além disso, todas as inspirações para o restante do enredo vieram dos brinquedos do pequeno Milne.
A primeira vez que Pooh apareceu em alguma publicação foi em um poema de 1924, no ano seguinte foi lançado o primeiro livro de histórias natalinas do ursinho. E em seguida, em 1926, outra obra foi publicada não só no país de origem, Inglaterra, mas atravessou o oceano e chegou aos Estados Unidos.
Em 1961 a Disney comprou os direitos do Pooh, mas apenas em 1966 começou a lançar produções audiovisuais do personagem. Porém, em 1° de janeiro do ano passado os direitos autorais do Pooh caíram em domínio público. Entretanto não de qualquer forma, já que a imagem fofinha do personagem de camisa vermelha não poderá ser utilizada, pertencendo ainda ao estúdio americano.
Veredito
Ursinho Pooh: Sangue e Mel é um filme bagunçado, com um roteiro perdido e sem nexo algum, que além de não assustar o espectador, pode causar até tédio. Apesar disso, a ideia é bem interessante, apenas muito mal executada.
A trilha sonora é horrível e os efeitos sonoros também. O som oscila muito, com cenas em que são abafadas demais e outras que melhoram, mas ainda sim é bem problemático.
A direção do filme é perdida, com cenas de close ou planos abertos a qualquer momento sem nenhuma justificativa. As mortes são toscas, com um excesso de sangue perceptivelmente falso. A única coisa que funciona é a animação de entrada.
Pontos positivos:
- Plot
- Animação de entrada
Pontos negativos:
- Roteiro
- Direção
- Trilha e efeitos sonoros
- Estética visual
- Personagens nada carismáticos
NOTA: 2/10