Enquanto os fãs esperam ansiosos pela segunda temporada de The Witcher (2019 -), que está marcada para sair em dezembro, a Netflix prepara o terreno com uma animação-prelúdio que se passa 100 anos antes dos eventos da série principal. Nós conferimos Lenda do Lobo e vamos contar tudo o que achamos para você.
Tradição ameaçada
100 anos antes de Geralt de Rívia (Henry Cavill) lutar contra monstros e ser um dos últimos expoentes de sua classe, Kaer Morhen era uma escola que formava bruxos a base de testes violentos e experimentos controversos. Entre eles estava Vesemir, futuro mentor de Geralt.
Vesemir é um bruxo fanfarrão, que se diverte ao caçar monstros e não se poupa dos prazeres da carne com o ouro de suas recompensas. Por meio de flashbacks, vemos que o garoto sempre foi ambicioso e se tornou exatamente o que estava predestinado a ser.
Mas nem tudo é tão simples assim. Com o aparecimento de monstros híbridos cada vez mais poderosos e mortais, as suspeitas recaem sobre os bruxos, liderados pela feiticeira purista Tetra Gilcrest, que vê esses caçadores com uma aberração da natureza.
Passado sombrio
Com pouco mais de 1h20 para desenvolver seus personagens, o filme funciona muito bem como um prelúdio para a história contada na série principal e responde a várias dúvidas dos fãs sobre o passado dos bruxos.
Infelizmente, o seu curto período não permite todo o aprofundamento que a trama poderia ter, fazendo com que muitos de seus temas e personagens fiquem apenas jogados em tela. Um bom exemplo disso é a antagonista Tetra, que se encaixa na história de uma maneira um tanto artificial, carecendo de mais nuances em sua personalidade.
Também seria mais interessante se aprofundar na relação entre magos e bruxos. Existe uma explicação rápida sobre o porquê de eles terem sido criados, mas é algo apenas pincelado. Se o tema não voltar a ser comentado na série principal, será realmente um desperdício.
Revelações
Mesmo com essas falhas, o filme funciona bem para quem é fã da série e já estava com saudade desse mundo. Se por um lado a ambientação é muito semelhante, a Lenda do Lobo é um tanto mais sangrenta que The Witcher, talvez pela facilidade que a própria animação representa, trazendo cenas bem gráficas de violência.
O protagonista é outro ponto positivo. Depois de acompanhar alguém tão soturno quanto Geralt, é interessante ver a personalidade mais jovial e brincalhona de seu mentor, um bruxo que parece se divertir com o seu trabalho.
Além disso, ver todo o passado de Kaer Morhen, quando a escola estava no auge, tem o seu valor. O que nos traz para uma das informações mais interessantes reveladas pela animação: mostrar o processo de criação de um bruxo. Geralt mencionou como era algo muito difícil de se passar, mas ver em tela torna a experiência mais crua e arrasadora, principalmente por acontecer com crianças.
Veredito
The Witcher: Lenda do Lobo é um presente e tanto para os fãs do seriado, nos deixando ainda mais ansiosos para a estreia da próxima temporada. Até porque nela teremos o retorno de Vesemir, dessa vez mais velho e provavelmente com uma personalidade menos relaxada.
É provável que o segundo ano de The Witcher também traga mais elfos, criaturas que foram apresentadas neste filme e podem ter participações interessantes na história – principalmente levando em conta como eles tiveram um papel reduzido em Lenda do Lobo.
Mesmo com seus tropeços, o longa tem uma animação bem trabalhada, uma história interessante e personagens que devem retornar no futuro. Agora nos resta esperar pelo lançamento da nova temporada do seriado para ver como estará o mestre de Geralt depois de tantos anos.
Pontos positivos
- Boas revelações sobre o passado
- Protagonista interessante
- Animação de qualidade
Pontos negativos
- Personagens secundários pouco explorados
- Podia ter mostrado mais sobre a relação entre magos e bruxos
NOTA: 8,5