Super/Man: A História de Christopher Reeve (2024) é o primeiro documentário lançado pela DC Studios, agora sob o comando de James Gunn. Apesar de ter sido adquirido de outro estúdio e não ser uma produção original da Warner Bros., o longa retrata a comovente história de Christopher Reeve, famoso intérprete do Super-Homem. Conferimos o documentário e contamos a seguir nossas impressões.
Enredo
Christopher Reeve era um ator americano que viu sua carreira mudar após interpretar o Super-Homem nos primeiros filmes da saga adaptada dos quadrinhos, ainda nas décadas de 1970 e 1980. Até então, seu trabalho se concentrava no teatro, ao lado de nomes como Jeff Daniels. Em 1995, porém, no auge dos seus 41 anos, o ator sofre uma queda de um cavalo que o deixa tetraplégico. A partir daí, até os seus últimos dias de vida, Reeve passa a dedicar sua vida em esforços para descobrir uma “cura” para vários tipos de deficiência.
O documentário traz depoimentos dos três filhos de Christopher e de amigos próximos a ele, o que ajuda a tentar desvendar quem era o ator por trás do personagem. Além disso, os depoimentos são tão íntimos que conseguimos ter uma pequena noção de como a vida de Reeve foi além do cinema. A emoção de cada fala, em especial dos filhos, comove e convida o espectador a sentir ao menos um milésimo da dor daquela família. É praticamente impossível não se emocionar.
Ao contrário de muitos documentários que apenas focam nas boas ações de quem está sendo retratado, Super/Man entra nas polêmicas da vida pessoal e pública do ator. Um dos exemplos é o da fundação criada pelo ator para conseguir fundos em prol de pesquisas para “curar” as deficiências, onde Christopher foi bastante criticado ao querer resolver algo que teoricamente não precisava ser resolvido. Outra polêmica que o documentário aborda é o fim do relacionamento entre Reeve e sua primeira esposa.
Imagem: Divulgação
A Carreira
Christopher Reeve nasceu em Nova Iorque em 1952. Após se formar na Universidade de Cornell, Reeve foi para a Juilliard Drama School, uma das melhores universidades de teatro do mundo. Lá ele foi colega de quarto de ninguém menos que Robin Williams – e os dois seguiram como amigos até o último dia de vida de Reeve.
Mesmo sendo ator desde os 14 anos de idade, foi apenas na década de 1970 que ele foi convidado para o papel que o levaria a uma indicação ao BAFTA em 1978, como o Super-Homem. Na época, ele era um ator de teatro e seus colegas não viram a proposta com bons olhos, por acharem que Christopher teria um futuro brilhante no teatro e o cinema arrumaria sua carreira.
Mas não foi só como o Super-Homem que Reeve estrelou no cinema. Ao longo de sua carreira, atuou em um total de 25 filmes e participou de vários outros trabalhos para a TV. Além disso, ele também dirigiu e emprestou sua voz para diversas produções, mesmo depois do acidente.
Veredito
Super/Man é um excelente documentário. Sensível e inteligente, ele consegue retratar o homem por trás do mito, sem muitas firulas e enrolação, mas com muita emoção. O seu enredo busca evitar uma glamourização do sofrimento da família, citando eventos traumáticos sem sensacionalismo barato.
A direção é bem inteligente e resolve acertadamente misturar entrevistas dadas pelo ator para ilustrar os eventos que são citados pela produção. Além disso, o uso do grande acervo de vídeos pessoais da família Reeve mostra alguém que tinha um carinho gigantesco por seus entes.
A animação criada do Super-Homem sendo dominada pela kriptonita quando algum fato doloroso é citado é simplesmente genial. Mesmo não sendo uma invenção mirabolante, a metáfora visual funciona muito bem e é mais um indício do trabalho cuidadoso da produção.
Pontos Positivos:
- Enredo
- Depoimentos emocionantes
- Visuais ricos
- Direção inteligente
Nota: 10