Chega aos cinemas essa semana a nova comédia com uma pitada de suspense O Urso do Pó Branco. Com um roteiro que tem uma inusitada história real como ponto de partida, o longa é dirigido por Elizabeth Banks e foi o último filme do ator Ray Liotta. Conferimos a produção e contamos nossas impressões a seguir.
Enredo
Um avião com 200 quilos de cocaína cai na Georgia, Estados Unidos, em 1985, e sua carga acaba espalhada em uma floresta. Os supostos donos do carregamento decidem então ir atrás da droga no local onde os pacotes estão – porém eles não esperavam que um grande urso preto tivesse ingerido parte da cocaína.
Apesar de o roteiro do filme ser baseado em fatos, ele não é uma cópia tal qual o que aconteceu. O ocorrido é apenas o plano de fundo para uma história completamente insana, mas que funciona muito bem. Cheio de ironias e diálogos interessantes, o longa não tem medo de ousar e não subestima o seu espectador. A linguagem é simples, porém muito elegante ao recorrer ao humor menos escrachado.
O elenco conseguiu fazer um trabalho excelente, em especial as duas crianças. A atuação do pequeno Christian Convery chama muita atenção, já que seus trejeitos e feições conseguem casar muito bem com suas falas. Outro nome que chama atenção é Ray Liotta, que infelizmente faleceu ano passado de câncer e aqui interpreta um vilão caricato, mas que combina com a trama.
Imagem: Divulgação
Caso Real
Em 1985, um avião que ia da Colômbia para os Estados Unidos com um carregamento de 40 caixas de cocaína acabou sofrendo um acidente e caiu em uma floresta. O piloto era um ex-policial, Andrew Thornton II, que jogou alguns pacotes fora e pulou de paraquedas com outros. Até hoje não se sabe o que causou o acidente nem porque ele pulou.
Um urso preto acabou por encontrar a droga e acabou ingerindo-a. Diferente do retratado filme, o urso não ficou violento ou alucinado, mas acabou morrendo pela grande quantidade que ele consumiu. A autópsia revelou que o estômago do animal estava completamente cheio de droga.
A trágica história acabou por tornar o urso famoso e fez com que vários turistas visitassem o local. O animal também estampa muitos souvenirs, como canecas e camisetas – além de ser parte da história e patrimônio cultural do Kentucky.
Imagem: Divulgação
Veredito
Fazia tempo que um longa de comédia não chamava tanto atenção como o Urso do Pó Branco. A coragem de abusar da ironia sem subestimar a inteligência do espectador, além de recorrer para o humor nonsense sem ser exageradamente escrachado é o que chama mais atenção nesta produção.
A fotografia e a direção são atrativos à parte, mas que merecem ser mencionados. Alguns closes em situações específicas foram cirurgicamente pensados para apelar para a violência gráfica, mas que combinam com a temática.
O único ponto negativo está no último ato que poderia ser um pouco mais longo e assim dar mais espaço para o momento de tensão. Mesmo assim, isso não compromete em nada a experiência incrível que é ver esse filme.
Pontos Positivos:
- Elenco
- Direção
- Roteiro
- Fotografia
- Humor
Ponto negativo:
- Último ato um pouco corrido
Nota: 9