Lançada em 1995, a animação O Rei Leão conquistou públicos de todas as idades, se tornando um clássico e ganhando duas sequências. Em 2019, o filme deu origem a uma adaptação live action que dividiu opiniões. Agora, a Disney traz Mufasa: O Rei Leão (2024), uma prequência da história em live action. Mas será que vale a pena? Conferimos o longa e contamos a seguir o que achamos.
Enredo
Quando ainda era um filhotinho, Mufasa se perdeu de seus pais durante uma enchente. Ele é encontrado bem longe de onde vivia por outro pequeno leão chamado Taka, um herdeiro do trono do bando em que vivia. Apesar de muitos protestos do líder, ele acaba sendo adotado e criado junto das leoas. Muito tempo depois, o bando em que Mufasa estava vivendo é atacado por outros leões, obrigando ele e Taka a fugir. Durante a fuga eles se juntam a outros personagens importantes e sentimentos negativos são revelados entre os dois.
O enredo do filme é bom e interessante, porém apresenta alguns problemas que atrapalham um pouco o desenrolar da história. Um deles é a forma como o vilão é mostrado. Apesar da sua motivação ter sentido, em alguns momentos ele deixa de ser uma figura violenta, principalmente no seu momento musical, que desmonta toda a motivação. Outro problema claro está no estopim da rivalidade construída, jogando a culpa mais uma vez no gênero feminino.
Em contrapartida, Mufasa mostra um pouco mais da dinâmica real dos leões em seus bandos, onde as fêmeas são as responsáveis pela caça enquanto os machos ficam cuidando do território – o que quebra muitos mitos construídos na sociedade atual sobre o animal. Mufasa é criado pelas leoas, logo é ensinado a caçar e acaba desenvolvendo ótimas habilidades de estratégia.
Apelo à Nostalgia
Não é de hoje que a Disney vem revisitando suas histórias de maior sucesso, seja em reboots, live-actions ou continuações. Apesar das muitas críticas, é uma fórmula que vende por gerar curiosidade e apresentar essas histórias para um público que não conhecia.
No caso do live action de O Rei Leão em 2019, a crítica se dividiu muito, já que muitos amaram o quão realista os animais e belos cenários eram, e outros estranharam animais tão reais não só estarem falando, mas também cantando! Mesmo assim, o filme ainda foi muito bem na bilheteria e no Brasil foi o segundo filme mais visto em 2019, ficando atrás apenas de Vingadores: Ultimato (2019).
A verdade é que apesar de muito criticada, a fórmula irá continuar até os números de bilheteria caírem e o grande investimento feito nesse tipo de filme não começar a se pagar. A nós cabe apenas apontar o que podia ser melhor e apresentar para as novas gerações as várias versões que existem.
Veredito
Mufasa: O Rei Leão é um filme bom, mas que não emociona, ao contrário das animações. Existem dois motivos para isso, um é o fato da estranheza de ver animais tão realistas mexendo a boca para falar e cantar. O outro motivo é que as músicas não emocionam, não empolgam e estão lá apenas para cumprir tabela. É importante lembrar que assistimos a uma cópia dublada, então a nossa opinião é baseada nessa versão.
Alguns personagens não são tão bem trabalhados, principalmente o vilão que, mesmo com motivos suficientes para justificar suas ações, não é uma figura ameaçadora, e o outro que tem a rivalidade reduzida no clímax por algo que uma fêmea supostamente escolheu. Isso tudo faz uma narrativa rica perder o impacto e escolher um caminho cômodo no que seria um excelente plot.
Apesar da direção usar algumas escolhas de câmera capengas, ainda sim o diretor Barry Jenkins consegue fazer um bom trabalho. O visual do filme é mais uma vez perfeito. O CGI está impecável e captura texturas impressionantes.
Pontos Positivos:
- Direção
- Plot
- CGI
Pontos Negativos:
- Músicas
- Motivação de alguns personagens
Nota: 7,5