Noventa e cinco anos após seu lançamento, o ratinho mais famoso da cultura pop acabou se tornando estrela de um filme que não foi produzido pela Disney nem nada tem a ver com seu DNA. Mickey Mouse, personagem criado por Walt Disney, protagoniza o filme de terror Mouse Trap: A Diversão Agora é Outra (2024). Já conferimos o longa e contamos nossas impressões no veredito a seguir.
Enredo
No seu aniversário de 21 anos, Alex (Sophie McIntosh) precisa trabalhar em um turno noturno no fliperama, lugar que também é uma espécie de parque de diversões. Na tentativa de deixar o seu aniversário um pouco menos solitário, os amigos de Alex decidem fazer uma surpresa para a garota, até que tudo começa a desandar. Durante a comemoração, um serial killer trajado de Mickey Mouse bola um “jogo” de sobrevivência, transformando a noite feliz em um verdadeiro terror.
O roteiro de Mouse Trap é um caos, perdido e não sabe muito bem por onde caminhar. A ideia do filme é muito boa, mas o seu desenvolvimento deixa e muito a desejar. Fica nítido que o longa quer misturar terror com comédia, não se levando a sério em nenhum momento. Mas no fim, ele não consegue divertir o espectador, se tornando apenas mais uma esquecível bagunça.
Algumas cenas são escuras demais e a edição não consegue ajudar o desenrolar da história que, mesmo frenética, por vezes se torna muito lenta e vira uma bola de neve. Outro problema são os desfechos previsíveis demais, com diálogos bobos e cansativos. As atuações também deixam a desejar – não por culpa dos atores, mas da forma como os personagens foram desenvolvidos pelo roteiro.
Domínio Público
Em 1928, Mickey Mouse foi apresentado para o mundo em seu primeiro curta metragem chamado O Vapor Willie, que pode ser facilmente encontrado no YouTube. No curta em preto e branco, Mickey aparece dirigindo um barco e junto dele alguns outros personagens, como Minnie Mouse.
Segundo a lei estadunidense de direitos autorais, obras lançadas até 1978 são protegidas por noventa e cinco anos, depois disso é permitido o uso por qualquer empresa sem que sejam pagos os direitos autorais à Disney. Desse modo, a partir de 1 de janeiro de 2024, o uso do personagem é permitido a qualquer um sem custos.
Acontece que não é qualquer versão do Mickey que está em domínio público, apenas o personagem em preto e branco do curta. A atual versão colorida não pode ser usada sem autorização e está protegida por direitos autorais até 2037.
Veredito
Mouse Trap é um daqueles filmes esquecíveis que tinham tudo para dar certo. A ideia é boa, mas o roteiro é caótico. O longa não decide se é comédia ou terror, a condução da narrativa é perdida, os personagens não tem personalidade e acabam não gerando nenhum sentimento no público além de indiferença.
Os diálogos do filme são completamente sem pé nem cabeça, sendo excessivamente expositivos e aumentando a sensação de obviedade dos acontecimentos. Todos esses fatores causam uma sensação de que aquela trama já foi vista outras vezes.
O orçamento de 800 mil dólares não é muito, mas a impressão é de que o dinheiro existente foi mal empregado quando o assunto é edição. Esporadicamente, o filme tem momentos frenéticos, mas mesmo assim a história e progressão narrativa parecem arrastadas e um tanto tediosas.
Ponto Positivo:
- Trama
Pontos Negativos:
- Roteiro
- Personagens
- Edição
- Direção
- Montagem
Nota: 3/10