Desde que X – A Marca da Morte (2022) foi lançado seguido pela prequência Pearl (2022), a saga dirigida por Ti West vem recebendo mais e mais aclamação de crítica e público. Agora, acaba de chegar aos cinemas o capítulo final do projeto. MaXXXine (2024) traz de volta a musa do diretor, Mia Goth, em mais um papel de uma mulher polêmica. Fomos convidados para assistir o filme em uma sessão especial e contamos nossas impressões a seguir.
Enredo
Após os acontecimentos de X – A Marca da Morte, Maxine (Mia Goth) vai para Los Angeles tentar a carreira fora do nicho de filmes adultos em 1985. Agora, ela tenta uma carreira em um filme de horror e trabalha também como stripper em um clube. Nesse período, um assassino em série conhecido como Night Stalker atuava na região de São Francisco e Los Angeles. Maxine e o criminoso acabam se cruzando indiretamente e sua vida vira um inferno.
O roteiro do filme é bem construído, cheio de referências ao cinema da época, em especial ao gênero de terror/horror. Apesar de Ti West ter explicado que os filmes do universo funcionam como uma antologia, fica nítido que se o espectador não tiver o mínimo conhecimento dos enredos anteriores não vai aproveitar ao máximo a experiência, ainda que ele forneça em tela tudo que é necessário para entender o básico do longa.
A narrativa faz Mia Goth brilhar e ela entrega o que é pedido, mas não tanto quanto em Pearl. O texto dá chance para que os personagens coadjuvantes consigam brilhar, em especial Elizabeth Debicki. Sua personagem é a todo tempo referenciada como fria, calculista e ambiciosa, mas na verdade ela é muito mais que isso; trata-se de uma sobrevivente que não vai permitir que os outros atrapalhem a sua carreira.
Imagem: Divulgação
Quem é o Night Stalker?
Ricardo Ramirez (ou Richard Ramirez) foi um criminoso que ficou conhecido entre 1984 e 1985. Ele começou com assaltos e depois tornou-se mais hediondo, passando a praticar sequestros, estupros e assassinatos em série na Califórnia, mais especificamente em Los Angeles, São Francisco e Vale de San Gabriel.
Muito do perfil de Ricardo indica uma relação com o satanismo, já que ele costumava deixar pentagramas e imagens satânicas desenhadas com batom em suas vítimas. Apesar de Ramirez ter sido condenado ao corredor da morte, sua sentença não foi cumprida e ele morreu enquanto esperava a execução de um linfoma em 2013.
MaXXXine se apropria de uma história real e a adapta para fazer uma crítica muito pertinente sobre moralismo. Apesar de bastante pesada, é com muita maestria que a produção tece sua crítica, tratando de respeitar as vítimas reais do criminoso.
Imagem: Divulgação
Veredito
MaXXXine é um excelente filme, com um ótimo roteiro que é bem sucedido em coroar a série de filmes produzidos por Ti West. Claramente, esse foi o longa que teve um maior orçamento e o diretor soube como utilizá-lo, escalando um elenco de peso com caracterizações interessantíssimas.
Sua narrativa permite que cada um dos personagens tenha em tela uma importância crucial para o desenrolar da trama. Nada foi feito ali como um ponto sem nó, e principalmente o que não é dito, mas apenas insinuado, exerce uma função.
O único problema do filme está no enredo que se apresenta como uma história que funciona por conta própria, mas que por fim não deixa de ser uma continuação em que o espectador não consegue tirar todo o proveito da trama sem ter assistido os filmes anteriores – apesar de conseguir entendê-la.
Pontos Positivos:
- Roteiro
- Elenco de peso
- Desenvolvimento de personagens
- Desenrolar da trama
Ponto Negativo:
- O enredo poderia ter sido melhor desenvolvido para funcionar como um filme isolado
Nota: 9