Após conquistar seu espaço na TV com produções como White Lotus (2021 -) e Euphoria (2019 -), Sydney Sweeney também está se consolidando no cinema. Acaba de estrear nas telonas seu segundo longa de 2024, o polêmico Imaculada (2024). Conferimos a produção e vamos contar nossas impressões.
Enredo
Cecilia (Sydney Sweeney) é uma jovem americana que vai para a Itália fazer seus votos e se tornar uma freira. Porém, após ser ordenada, a jovem passa a ser atormentada por sonhos e acontecimentos estranhos, como uma misteriosa gravidez.
Para entender melhor o que está acontecendo com ela, Cecilia decide investigar e se depara com segredos sombrios e horrores do convento.
Ritmo inconstante
A proposta do filme é interessante, assim como polêmica, principalmente por mexer com a religião Católica e seus dogmas. Infelizmente, a ideia não foi desenvolvida com cuidado, de forma que temos um roteiro simples, que não vai além da premissa.
O primeiro ato, que é o mais importante, acaba sendo lento e quase tedioso, enquanto o segundo e o terceiro atos são melhores. Os diálogos são poucos, mas às vezes excessivamente expositivos sem necessidade.
Horror comedido
Apesar de ser um filme de terror, Imaculada não é repleto de jumpscares. Os poucos que existem estão bem inseridos e fazem sentido. Inclusive, as cenas de “ação” são bem interessantes e mantêm o espectador angustiado de forma positiva.
No geral, são poucas cenas gráficas ao longo do filme, indicando que a produção não tinha a intenção de chocar com os elementos típicos do horror, mas sim com sua premissa, o que faz total sentido.
Veredito
Imaculada é um daqueles filmes medianos que poderiam ser melhores. O maior problema dele é não ter conseguido desenvolver tão bem a premissa original. Talvez tenha faltado coragem para enfrentar as polêmicas que poderiam surgir. Provavelmente, daqui a alguns anos, fará parte do grupo de clássicos cult.
A direção de Michael Mohan (The Voyeurs, Everything Sucks!) é interessante e opta por não usar muitos jumpscares, focando em closes e movimentos de câmera que vão e voltam. Isso ajuda a criar uma atmosfera de que algo está errado, frustrando positivamente as expectativas do espectador.
O mais destaque realmente vai para o trabalho primoroso de Sydney, provando o quão expressiva ela é. Em várias cenas, ela não diz uma palavra, mas você consegue sentir toda a agonia e medo que está vivenciando. No entanto, nada se compara à cena final, talvez a melhor do filme, onde seria o último lugar onde se esperaria ver a atriz.
Pontos positivos:
- Ótimo trabalho da protagonista
- Premissa interessante
- Direção
Pontos negativos:
- Primeiro ato lento demais
- Desenvolvimento da premissa deixou a desejar
- Diálogos expositivos demais em alguns momentos
NOTA: 7,5/10