Veredito de Godzilla vs Kong

11/05/2021 - POSTADO POR EM Filmes

O Monsterverso da Warner enfim chegou ao seu ápice com o aguardado encontro entre os dois maiores titãs da franquia. Antes mesmo de Godzilla vs Kong chegar aos cinemas, as torcidas já apostavam no Jogo do Bicho em defesa de seu gigante preferido.

O filme de Adam Wingard bateu os recordes dentre as produções lançadas durante a pandemia de Covid-19, tendo arrecadado mais de $422 milhões nas bilheterias mundiais. Será que ele vale toda a expectativa? Vamos descobrir.

A esperança no Rei

Passaram-se cinco anos desde o ataque dos titãs contra Godzilla e a organização Apex Cibernéticos estuda maneiras de lutar de igual para igual com o lagarto radioativo. A expectativa é de que Kong, o Rei da Ilha da Caveira, possa mostrar o caminho para esse poder.

Sem um protagonista humano evidente, as pessoas aqui servem como instrumento para a reunião dos personagens principais: os próprios monstros.

Nathan Lind (Alexander Skarsgård), ex-membro da Monarca, organização que estuda os titãs há mais de 60 anos, convence Ilene Andrews (Rebecca Hall), antropóloga que atua na ilha, a liberar o macaco gigante para servir como um guia à Terra Oca. Este sendo um local fictício à lá “Viagem ao Centro da Terra” de Júlio Verne, onde se acredita que seja a origem das criaturas.

Por incrível que pareça, a pesquisadora acata o pedido do companheiro – com ares de loucura – e leva Kong à uma viagem de barco para a Antártica, torcendo para que Zilla não apareça pedindo por briga. Bem, já dá para ver como isso iria acabar.

Imagem: Divulgação

Menos bicho, mais humanos

Infelizmente, Wingard opta por focar não apenas em um núcleo humano – este já fraco -, mas em dois durante os avanços da equipe com Kong para entrar no centro da Terra.

A jovem Madison Russell (Millie Bobby Brown), destaque em Godzilla II: Rei dos Monstros (2019), retorna como uma adolescente que escutou muitas teorias da conspiração em um podcast e tenta investigar com dois colegas os mistérios da Apex em um plot praticamente descartável, servindo apenas para apresentar o vilão principal da última batalha.

Ao apostar em 80 dos 110 minutos neste entremeio humano que prolonga mais do que o necessário os encontros de Godzilla e de Kong, o filme perde a força épica que ajudou a vendê-lo ao público. Afinal, tudo o que os espectadores querem assistir são as lutas entre os dois titãs. Justo. Com 20 minutos a menos das burocracias estúpidas dos coadjuvantes, a obra ficaria bem mais interessante.

Imagem: Divulgação

Veredito

Apesar do tempo perdido em tramas desnecessárias, Wingard tem total controle na propaganda principal: os combates em larga escala. Nesses três principais momentos, as dinâmicas entre os monstros gigantes aliadas ao CGI não decepcionam em nada.

A batalha em Hong Kong é enfeitada pela estilização do néon dos prédios à noite, reforçando uma saturação das cores na fotografia já demonstrada na luta ao pôr do sol e no universo da Terra Oca.

Godzilla vs Kong é entretenimento de alto nível em sua proposta de embates entre forças da natureza – há mais de dois aqui -, mas derrapa ao considerar o ser humano como o ponto que merecia mais destaque no filme, além de forçar um drama que não cabe no projeto do Monsterverso.

Pontos positivos

  • Batalhas entre os titãs à altura do esperado

Pontos negativos

  • Tempo de tela exagerado em núcleos humanos sem importância

NOTA: 4,5