Depois do sucesso avassalador de Mad Max: Estrada da Fúria (2015) e sua protagonista Furiosa (Charlize Theron), os criadores resolveram contar como ela se tornou uma mulher forte e as adversidades que enfrentou no prequel Furiosa: Uma Saga Mad Max (2024). Conferimos o filme e vamos contar nossas impressões. Acompanhe.
Enredo
Após ser levada do seu abundante lar pelos motoqueiros do senhor da guerra Dementus (Chris Hemsworth) quando criança, a jovem Furiosa (Anya Taylor-Joy) passa a viver uma vida completamente diferente da que tinha.
Ela precisou amadurecer mais rápido para sobreviver em meio a um ambiente inóspito e cheio de machismo. Até que vê uma oportunidade de voltar para casa quando o grupo o qual faz parte encontra a Cidadela, presidida por Immortan Joe (Tom Burke).
Quem tem medo da pequena Furiosa?
O roteiro do filme é muito bem elaborado, sendo claro, direto e brutal ao narrar a vida de Furiosa enquanto uma jovem jogada em ambiente inóspito. Os outros dois núcleos importantes para a trama são desenvolvidos de forma coesa, mas são mantidos como pano de fundo da narrativa, conforme deveria ser.
Além disso, a produção não perde tempo ao mostrar ação; logo nos primeiros minutos temos sequências de tirar o fôlego.
No entanto, o papel da jovem Furiosa é subaproveitado. Anya é uma atriz excelente e talentosa, dando claramente o seu máximo para se adequar, mas não convence. O maior problema está na sua aparência, que simplesmente não transmite a imagem de alguém que passou por grandes dificuldades e sobreviveu. Seu porte físico também não ajuda, assim como sua candura e delicadeza naturais.
A Saga Mad Max
Criado em 1979 por James McCausland e George Miller, Mad Max é uma ficção científica que retrata um mundo pós-apocalíptico marcado pela violência. No papel principal do primeiro filme, o então desconhecido Mel Gibson interpretava um policial rodoviário em uma região remota da Austrália decadente, infestada por uma gangue de perigosos motociclistas.
O sucesso foi estrondoso, alcançando a maior bilheteria de estreia de um filme australiano, superando Crocodile Dundee (1986). Isso garantiu duas sequências, lançadas em 1981 e 1985.
Em 2015, a franquia foi revisitada e contou com Tom Hardy como o novo Max em Mad Max: Estrada da Fúria. No entanto, quem mais chamou a atenção do público foi Charlize Theron no papel de Furiosa. O filme ganhou seis Oscars, incluindo Melhor Montagem e Melhor Direção de Arte.
Veredito
Furiosa: Uma Saga Mad Max é um ótimo filme, bem dirigido e com um roteiro coeso. Infelizmente, os efeitos especiais deixaram muito a desejar. Enquanto no filme anterior tivemos um grande uso dos efeitos práticos, aqui ocorre o contrário. O uso de CGI é evidente, o que não seria um problema se não fossem tão grosseiros e óbvios, prejudicando um pouco a imersão.
A escolha de Anya Taylor-Joy não foi acertada, pois ela não se encaixou bem no papel. Por outro lado, a atriz que interpretou Furiosa na infância, Alayla Browne, chama a atenção por ser extremamente expressiva e nem precisar abrir a boca para comunicar algo de forma bem sucedida.
Por fim, o figurino e a caracterização dos personagens estão extremamente bem feitos, não deixando nada a desejar. Chama muito a atenção como existe uma brincadeira sutil entre roteiro e figurino; arrisco dizer que, ao assistir pela segunda vez com atenção a esse aspecto, o espectador é capaz de matar a narrativa em pouquíssimo tempo.
Pontos positivos:
- Direção
- Roteiro
- Figurino
- Maquiagem e Cabelo
Pontos negativos:
- Anya não combina com o papel de Furiosa
- Péssimo uso de CGI
NOTA: 8/10