Colleen Hoover é uma das autoras de romance mais famosas da atualidade, seus livros estão na lista dos mais vendidos e agora um deles acaba de ser adaptado para o cinema. É Assim Que Acaba (2024) é estrelado por Blake Lively, que vive a doce Lily Bloom. Conferimos o filme e vamos contar nossas impressões.

Enredo 

Lily Bloom sempre foi apaixonada por jardinagem e flores, por isso ela se muda para Boston, onde decide abrir seu próprio negócio, uma floricultura. 

Apesar de não estar tão focada na sua vida amorosa, ela acaba conhecendo Ryle (Justin Baldoni), um neurocirurgião com uma personalidade completamente diferente da sua, e, eventualmente, se casa com ele. Porém, as coisas rapidamente saem do controle na relação.

Bases fracas

A trama do filme é preguiçosa, cheia de incoerências e obviedades. O enredo desenvolve relações entre os personagens de maneira pouco convincente, onde amizades profundas são formadas de forma forçada e em tempo recorde. 

Além disso, os encontros e reencontros parecem tão absurdos que não envolvem o espectador. Por exemplo, uma mulher rica passa por um prédio, entra, decide trabalhar lá e se torna a melhor amiga da proprietária em questão de segundos.

A relação entre Lily e Ryle é igualmente estranha. A moça conhece seu futuro marido em meio a uma crise de fúria, onde ele tenta destruir uma cadeira. Embora Lily pareça ser uma mulher sensível e inteligente, ela continuamente finge que não precisa conversar com seu esposo sobre esse tipo de comportamento. É ÓBVIO que isso não é motivo para as agressões sofridas por ela, parece claro que a falta de diálogo no relacionamento contribui para a escalada de violência.

O ciclo de violência 

Existe uma teoria que acredita que o ser humano procura parceiros parecidos com os seus pais. Por exemplo, uma mulher criada por um pai violento pode ser inclinada a buscar pares com características semelhantes em seus relacionamentos amorosos.

Segundo dados do especialista em violência doméstica Lundy Bancroft, publicados no livro Why Does He Does That?, homens filhos de pais abusivos tem até quatro vezes mais chances de se tornarem abusadores quando adultos. Em contrapartida, mulheres criadas nas mesmas condições podem ter dificuldade em reconhecer relacionamentos abusivos e, muitas vezes, sentem-se culpadas por estarem neles.

É importante ressaltar que relações abusivas são difíceis de serem rompidas, principalmente quando não existe apoio às vítimas, seja psicológico ou financeiro. Nunca é culpa da vítima, e diversos fatores, como a falta de renda, podem contribuir para que alguém permaneça em um relacionamento desse tipo.

Veredito 

É Assim Que Acaba poderia ter sido um filme muito melhor se o roteiro fosse mais bem trabalhado, considerando especialmente o tema importante de relacionamentos abusivos em sua trama. Apesar dessas falhas, o desfecho do filme é interessante.

Os personagens parecem muito superficiais e com comportamentos previsíveis. Além disso, o texto falha em aprofundar a relação entre Ryle e Lily, fazendo com que as ações dela pareçam ingênuas e sem sentido.

Blake Lively consegue repetir exatamente o estereótipo do papel de Serena em Gossip Girl (2007 – 2012), interpretando uma mulher com problemas paternos que busca um homem para preencher suas carências.

Pontos positivos:

• Trama com tema importante
• Desfecho

Pontos negativos:

• Personagens superficiais
• Roteiro com obviedades e incoerências
• Blake Lively repetiu sua atuação da série Gossip Girl 

NOTA: 6/10