2024 é com certeza o ano de Austin Butler (Duna 2, Elvis) pois acaba de chegar aos cinemas o novo filme estrelado pelo ator. Clube dos Vândalos é um longa baseado em um livro de fotografias americanos sobre um clube de motociclistas dos anos 1960. Além de Butler, Tom Hardy e Jodie Comer completam os protagonistas.
Conferimos o filme em uma sessão especial e vamos contar nossas impressões.
Enredo
Na Chicago dos anos 1960, acompanhamos a ascensão dos Vândalos, um clube de motociclistas, sob o olhar de Kathy (Comer), uma das integrantes do grupo e também casada com Benny (Butler), um motociclista selvagem e imprudente e melhor amigo de Johnny (Hardy), o líder do grupo.
O que começou como um clube local de entusiastas das motos barulhentas e seguidores leais de Johnny, ao longo dos anos, se transforma em uma gangue violenta e gananciosa. Os Vândalos evoluem de um grupo de forasteiros unidos pela paixão pelas motos para uma ameaça perigosa na cidade.
Complexidades e aprofundamentos
O roteiro do filme é interessante e oferece um bom estudo de alguns personagens, o que é crucial para a trama. Seu maior triunfo é sair da análise de um único personagem para explorar a necessidade humana de se organizar em grupos, baseados em paixões ou características comuns.
Além disso, a narrativa trata de forma magistral o sentimento de pertencimento e família, mesmo que através da violência e crime. O único problema é que o roteiro sugere uma briga por poder, mas não a desenvolve.
A atuação de Austin Butler é como ver James Dean em Juventude Transviada (1955). O ator emula a persona de Jim Stark, o que faz total sentido, já que Dean era um ícone da época e sua rebeldia refletia um período marcante do cinema. Butler traz complexidade ao seu personagem dialogando pouquíssimo, mas falando muito com sua expressão corporal e facial.
A história por trás do filme
Embora seja baseado no livro de fotografias The Chicago Outlaws Motorcycle Club, de Danny Lyon, o filme não é uma história 100% real. O que acontece é que a obra foi base para criação de uma ficção.
O livro documentou a ascensão de um clube de motoqueiros que acabou saindo do controle, ganhando vários adeptos pelos Estados Unidos e se transformando em uma espécie de gangue. Danny Lyon se juntou ao grupo nos anos 1960, realizando uma verdadeira pesquisa antropológica. O autor era conhecido por captar bem o DNA das subculturas e culturas marginalizadas.
Veredito
Clube dos Vândalos é um daqueles filmes que, ao ver o trailer, você pode achar que não vai funcionar, mas surpreendentemente, é o contrário. Apesar de parecer que o longa exalta masculinidade e misoginia, ele, na verdade, apresenta uma cultura muito forte nos Estados Unidos, mas pouco conhecida no Brasil: os clubes de motos.
O roteiro do filme é excelente e traz reflexões interessantes nas entrelinhas sobre como as pessoas precisam da afiliação social para se afirmar na sociedade. O único problema da narrativa é que a proposta sugere uma disputa de poder, mas isso não se concretiza.
Felizmente os personagens são muito profundos, e o elenco entrega ótimas atuações, com destaque para a interpretação de Austin Butler.
Pontos positivos:
- Roteiro
- Elenco
- Reflexões
Ponto negativo:
- Troca de proposta apresentada
NOTA: 9/10