Lançado em 1979, o filme Alien, O Oitavo Passageiro, dirigido por Ridley Scott, logo fez sucesso tanto de crítica quanto de público, dando origem a várias sequências e se estabelecendo como uma das franquias mais icônicas da cultura pop.
O mais novo longa dessa saga é Alien: Romulus (2024), uma aposta do diretor Fede Alvarez (A Morte do Demônio, O Homem nas Trevas) para revitalizar a franquia após o fracasso de capítulos recentes, como Prometheus (2012) e Alien: Covenant (2017).
Conferimos o longa em uma sessão especial e vamos contar nossas impressões.
Enredo
Com eventos que se passam entre Alien, O Oitavo Passageiro e Aliens, O Resgate (1986), no novo longa acompanhamos cinco jovens colonizadores e um sintético que decidem ir até a estação espacial abandonada Romulus.
O intuito do grupo é procurar alguma forma de escapar do planeta onde vivem, porém, lá eles encontram uma forma de vida aterrorizante e acabam por despertá-la.
De volta aos eixos
O roteiro de Alien: Romulus é bem elaborado, combinando terror violento e ficção científica de maneira interessante, assim como o primeiro Alien. O filme aborda pontos que ficaram soltos na franquia, respondendo a questões importantes sobre os xenomorfos.
Esse novo capítulo da franquia consegue respeitar o longa de 79 não só no roteiro, mas também na forma de fazer os efeitos, evitando ao máximo usar CGI e preferindo efeitos práticos. O terror é trabalhado de forma eficaz, misturando jumpscares com uma constante sensação de que algo pode dar errado, mantendo o espectador tenso o tempo todo.
E como fica a cronologia?
Embora Alien: Romulus cronologicamente se passe entre o primeiro e o segundo filmes da franquia, o diretor e roteirista Fede Alvarez se inspirou em uma cena deletada de Aliens, O Resgate para criar seu longa.
A cena em questão mostrava um grupo de jovens colonos crescendo na base da Weyland-Yutani, que seria invadida por xenomorfos, cenário onde, mais tarde, Ripley (Sigourney Weaver) encontra Newt (Carrie Henn). Essa sequência originalmente deveria aparecer no início do filme, mas foi descartada na época.
Alvarez explicou sua abordagem para a Entertainment Weekly: “Meu primeiro instinto, para tentar algo diferente do que já foi visto, foi abordar a história pela perspectiva de personagens que não são profissionais ou cientistas; eles nem mesmo são adultos. Gostei desse conceito de colocar na linha de frente pessoas mais próximas do público – não que o público seja jovem, mas sim que eles estão completamente inexperientes com as realidades do espaço.”
Ele acrescentou: “Provavelmente todos os pais deles trabalhavam na mesma nave quando eles eram crianças, e foi assim que se conheceram. Há muita história entre eles porque eles são a única família que têm. Eles agem como irmãos postiços; alguns até moraram sob o mesmo teto. Muitos dos grandes temas do filme são sobre irmandade e o que isso significa? O contexto de Romulus e a trama maior com a Weyland-Yutani, na verdade, também estão ligados a isso.”
Veredito
Alien: Romulus é tudo que a franquia precisava depois dos fracassos dos últimos filmes. O roteiro foi construído meticulosamente, misturando elementos canônicos da saga com outros novos. O único problema está no primeiro ato do longa que é lento e longo demais, deixando um dos personagens chatos.
A direção de Alvarez é habilidosa ao criar momentos aparentemente tranquilos que, na verdade, constroem a tensão até culminar em cenas de terror bem executadas. A trilha sonora ajuda e muito a dar a sensação de um thriller onde ninguém está salvo.
Os efeitos do filme são todos excelentes, bem montados. As criaturas são simplesmente aterrorizantes e ainda bem que foram feitas de forma prática, porque esse foi o principal motivo para funcionarem.
Pontos positivos:
- Efeitos
- Roteiro
- Direção
- Trilha
Ponto negativos:
- Primeiro ato muito longo e inchado.
NOTA: 9/10