Upgrade: Ficção científica na veia

30/08/2018 - POSTADO POR EM Filmes

Em Upgrade, o diretor Leigh Whannell — também conhecido pela assinatura de roteiros de alguns longas das franquias “Jogos Mortais” e “Sobrenatural” — resolveu fazer diferente desta vez. Mergulhou de cabeça no mundo da ficção científica, mesmo que ainda deixando uns toques de seu gênero primário: o horror.

Início trágico

A trama básica de “Upgrade” não é nada espetacular, mas sem contar muitos spoilers, ela narra a história de Grey Trace, interpretado pelo “clone” do ator Tom Hardy (Logan Marshall-Green, de “Prometheus”, 2012). O jovem sofre um grave acidente e acaba ficando tetraplégico.

Porém, sua vida muda quando seu sócio nos negócios, Eron Keen (Harrison Gilbertson, de “Need For Speed”, 2014) diz que pode ajudá-lo com uma de suas invenções, o chip chamado Stem. Logo, o utensílio é implantado no corpo de Grey, fazendo-o recuperar seus movimentos. Até aí parece uma história normal, mas o seu desenrolar vai te deixar de queixo caído, principalmente quando o mundo cyberpunk é apresentado ao longo do filme.

Imagem: Divulgação

Pontos positivos

Um dos principais acertos da obra é o comando de Whannel em tela. É incrível como o diretor consegue fazer um milagre visual, tendo gasto apenas cinco milhões de dólares, um número muito baixo para os padrões do gênero comparado com outros grandes como “Blade Runner 2049” (2017) e “Minority Report: A Nova Lei” (2002), que custaram U$ 150 milhões e U$ 102 milhões, respectivamente.

Carros futuristas, drones voando pela cidade, implantes de armas nos corpos das pessoas, sem contar com as tecnologias avançadas empregadas, é muita coisa para pouco dinheiro. Graças aos efeitos práticos, esse filme seria impossível de ser feito sem.

Imagem: Divulgação

Personagem carismático

Outro acerto no longa é a presença de Marshall-Green, que leva o filme nas costas praticamente, mas não que isso seja ruim, já que ele é o centro da história até o fim do enredo. Acompanhamos sua vida, nos momentos bons e ruins, desde o acidente até a recuperação, sem contar a trama de investigação que traz excelentes momentos de ação, humor negro e também o body horror, famoso por mostrar cenas gráficas de violência (e vá esperando algumas bem pesadas).

“Upgrade” ficou conhecido como uma mistura de “O Homem de Seis Milhões de Dólares” e “Desejo de Matar”, e não é para menos. O roteiro faz questão de trazer algumas boas referências desses dois grandes, sendo explícitas ou não. O texto escrito por Whannell é direto ao ponto, sem enrolar demais e também acerta em construir boas reviravoltas, que vai te fazer acreditar que cairá no clichê barato, mas não cai!

Imagem: Divulgação

Veredito

Ainda sem tradução ou data de estreia no Brasil, “Upgrade” surpreende por ter uma trama simples, mas envolvente, que dosa bem a ação, ficção e o humor, possui bons personagens e um final digno de explodir cabeças.

Para quem atuava apenas em longas de terror, Leigh Whannell se saiu muito bem numa área que é totalmente diferente do que é acostumado, valendo lembrar que é apenas o segundo investimento dele na direção, então quem sabe no futuro Leigh nos brinda com mais filmes divertidos e interessantes?