Slender Man: Apenas um terror adolescente

23/08/2018 - POSTADO POR EM Filmes

Um mito nascido e propagado pela internet, Slender Man ganha vida no mais novo filme de terror adolescente da temporada. Com um visual chamativo, o longa consegue prender a atenção do espectador ao criar boas cenas de tensão, mas não consegue se sustentar devido à trama fraca e sem propósito.

Assistimos ao filme, e o veredito vem logo a seguir. Vem conferir se o susto é real!

Terror na internet

A trama acompanha quatro garotas: Wren (Joey King), Hallie (Julia Goldani Telles), Chloe (Jaz Sinclair) e Katie (Annalise Basso). Elas vivem uma vida pacata como estudantes do colegial em uma pequena cidade americana… Até o dia em que resolvem assistir a um vídeo na internet que supostamente ensinaria a invocar a lenda urbana ~digital~ conhecida como Slender Man.

Dias após o ocorrido, Katie desaparece e as outras três passam a ter visões e alucinações perturbadoras com a criatura. Elas então decidem investigá-la na esperança de descobrir o paradeiro da amiga.

Imagem: Divulgação

Uma lenda urbana moderninha

Basta uma rápida busca na internet para encontrar inúmeros sites que falem sobre a história do Slender Man, a maneira como ele afeta e captura suas vítimas e até rituais de invocação. Este último é diferente do apresentado no filme; trata-se de um vídeo com algumas instruções e imagens perturbadoras em preto e branco.

A produção soube fazer bom uso da tecnologia ao contar a história, principalmente por se tratar de um mito que nasceu em rede, além do fator de atualidade. Afinal, celulares e computadores são extremamente comuns no nosso dia a dia. Assim, as protagonistas se valem de páginas da rede, vídeos e chats para descobrir mais sobre o monstro que as assombra e que possivelmente está ligado a uma série de desaparecimentos, incluindo ao de sua amiga.

Imagem: Divulgação

Recortes de uma história

Apesar desse ponto positivo, “Slender Man: Pesadelo Sem Rosto” não consegue fugir de clichês encontrados em produções de terror como o famigerado jump scare (técnica utilizada quando algo aparece repentinamente na tela a fim de assustar o espectador), que vem lá em momentos de tensão diversos do filme. Assim também estão os cenários extremamente escuros em que quase não se distingue a silhueta do personagem, e você acaba ficando com a sensação de que algo ruim vai acontecer a qualquer momento.

A produção também se desgasta pela falta de concisão na trama: nota-se uma ausência de continuidade entre as cenas, além do fato de que alguns momentos que demandariam explicação maior ficam por aquilo mesmo. As protagonistas também são fracas. Wren, em especial, tem o seu comportamento mudado subitamente, sem uma construção adequada e as outras não trazem tanto peso ao terror que deveria dominar a história.

Veredito

O filme nada mais é que um apanhado de sequências bem filmadas com um aspecto meio sinistro, mas que no conjunto não consegue transmitir tensão real ao seu público. A trama não se dedica à construção dos personagens, de modo que não nos importamos com eles ou com seus destinos.

Infelizmente a tão temida e comentada figura do Slender Man — que já tem até certa popularidade na Internet pelos seus memes — não consegue provocar medo, seja pela computação gráfica de baixa qualidade ou pela própria inexpressividade do monstro. Ele se esconde por detrás dos pesadelos e alucinações que provoca. Na hora de confrontar as protagonistas, pouco realmente faz para que o classifique como ameaça. O final tem um gosto amargo, provocando a sensação que fomos do nada para lugar nenhum. Agora, enfim, só nos resta aguardar por uma produção de terror mais competente.

Foto: Divulgação