Zatch Bell: Relembrando Gash

17/02/2018 - POSTADO POR EM Animes / Mangás

Houve um tempo em que existia um programa chamado TV Globinho, que alegrava as nossas manhãs. Naqueles tempos, a televisão aberta exibia diversos animes, entre eles um shounen que não era tão famoso quanto “Dragon Ball Z” ou “Naruto”, mas igualmente divertido: “Zatch Bell”. A animação na verdade é baseada em um mangá chamado “Konjiki no Gash Bell”, de Makoto Raiku, e foi uma verdadeira febre no Japão.

Um rei bondoso

Caso você não lembre (ou não tenha sequer ouvido falar dessa obra), a história girava em torno de dois amigos: Gash Bell e Kiyomaro Takamine. O primeiro era uma criança demônio envolvida em uma disputa para tornar-se o rei de seu mundo e o segundo era um rapaz brilhante, mas com muita dificuldade em fazer amigos ou manter laços. O pai de Kiyomaro encontra o pequenino demônio em uma de suas viagens e o envia para que seu filho tome de conta da criança, aprendendo assim a ter alguma responsabilidade.

A princípio, o adolescente não gosta muito da ideia, mas acaba por descobrir sobre a batalha dos demônios e decide ajudar o menininho a alcançar seu objetivo: ganhar a disputa e o título de rei – um rei diferente de todos, um monarca bondoso! O plano de Gash é, tão logo assuma o trono de seu mundo, impedir que as batalhas que acabam pondo em risco a vida e a sanidade de demônios e humanos aconteçam. Para isso, é preciso que Takamine utilize o poder de seu coração para ler um livro que contém misteriosos feitiços que são liberados pelo visitante do outro mundo.

Foto: Divulgação

Caminho árduo

Já deu para perceber que esse é um exemplo típico de shounen, né? Apesar de ter a estrutura básica desse tipo de mangá direcionado para garotos entre 12 e 18 anos, “Konjiki no Gash Bell” é muitas vezes bastante inocente. É uma história para ser lida com carinho. Alguns momentos podem ser muito tristes e profundos, mas em geral é engraçado e pueril! As crianças demônio são, obviamente, apenas crianças (apesar de alguns adolescentes comporem o quadro de desafiantes), e isso dá o tom do trabalho de Raiku.

Mas não se enganem, tem porrada – e muita – na série. Todos os participantes do torneio possuem habilidades incríveis (como o cavalinho Umagon, que na verdade se chama Schneider, que controla o fogo) e as utilizam para queimar o livro de outros lutadores, reduzindo assim o número de desafiantes. É por isso, inclusive, que Gash quer acabar com a disputa, já que crianças como Zeon – um sujeito muito parecido com o protagonista mais jovem – estão dispostas a massacrar demônios e humanos nessa peleja.

Foto: Divulgação

O poder da amizade

É óbvio que em algum momento isso seria um tema para este quadrinho japonês, a mensagem “quem tem amigos tem tudo” é bem evidente em quase todo shonen. Aqui, contudo, cada amigo possui um papel bastante importante na batalha dos demônios e todos entram em cena sempre que possível – e saem no momento exato! Isso talvez seja o mais legal de “Gash Bell”: todo mundo faz sua parte e, caso necessário, sacrificam-se para que a vontade do menino que busca um reino de bondade possa prevalecer.

Foto: Divulgação

Um final emocionante

Bem, tudo chega ao fim, não é verdade? Gash, é claro, torna-se o Rei do mundo dos demônios. Mas ele aprende, com suas aventuras, que algumas coisas podem ser positivas, basta que mudemos nosso ponto de vista. Ao final de suas peripécias, já de volta ao seu mundo, ele envia uma carta para seu grande amigo humano. Nela escreve sobre tudo o que viu mudar e sobre suas novas funções, mas antes de despedir-se, lança um questionamento para Kiyomaro: a batalha pela coroa o fez interagir não só com seus iguais, mas com seres de outra realidade. Ele lutou, se machucou e cresceu. Viu coisas bonitas e coisas feias, teve momentos felizes e chorou infelicidades; Gash, por fim, passou por uma experiência que extraiu dele o melhor, a sua parte mais bondosa e corajosa. Seria a batalha das crianças demônio um erro, ou um processo positivo?

Kiyomaro sorri e percebe que agora sabe a resposta.